AFP - Agence France-Presse
Um polonês, abusado sexualmente durante a infância por um padre, iniciou nesta quinta-feira o primeiro processo civil em seu país cobrando uma indenização da Igreja, anunciou a Fundação Helsinque para os Direitos Humanos (HFHR), que oferece apoio jurídico a vítimas.
O homem, identificado como Marcin K., reclama ante o tribunal de Koszalin (norte) uma indenização de 200.000 zlotys (155.500 reais) à paróquia e à diocese, enquanto o padre pedófilo foi condenado em 2012 a dois anos de prisão em regime fechado, em um processo penal.
"É o primeiro processo civil contra a Igreja Católica. Até o momento, mais de 15 pessoas foram condenadas por abusos sexuais, mas não houve um processo no qual a vítima cobra a responsabilidade não somente do autor do crime, mas também da instituição Igreja", indicou à imprensa Adam Bodnar, vice-presidente da HFHR.
Em outubro do ano passado, a Igreja polonesa rejeitou o mesmo pedido realizado por Marcin K.
O advogado Krzysztof Wyrwa, representante da Igreja neste caso, indicou que a instituição não se sentia responsável pelo caso "já que um padre atua em sua paróquia de maneira autônoma".
O caso de Koszalin faz parte de uma série de casos de pedofilia na Igreja na Polônia, que sacudiram esta instituição poderosa em um país onde mais de 90% das pessoas se dizem católicas.
O escândalo voltou à tona recentemente após a destituição pelo Papa Francisco do núncio na República Dominicana, o arcebispo polonês Jozef Wesolowski, e ações contra um outro padre polonês suspeito de crimes contra menores nesta ilha.
O episcopado polonês rejeita a ideia de uma possível compensação para as vítimas de pedofilia da Igreja polonesa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário