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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Uruguai aprova venda de maconha a brasileiros e outros estrangeiros

Uruguai delimita venda de maconha legal a estrangeiros
Só poderá comprar maconha quem viver no Uruguai no mínimo 90 dias; Mujica vai facilitar visto de residência a moradores do Mercosul. 
Brasileiros e outros estrangeiros que moram no Uruguai terão acesso ao mercado da maconha regulamentada desde que comprovem 90 dias de residência no Uruguai. O secretario da Junta Nacional de Drogas do Uruguai, Julio Calzada, disse em entrevista ao Estado que o governo considera este um "tempo razoável" de residência para que os estrangeiros vivendo no Uruguai possam consumir maconha com fins recreativos.

A regulamentação da lei 19.172 - que cria o primeiro mercado estatal e legal da maconha no mundo - ainda é analisada pelo organismo com os ministérios de Saúde, Interior, Gado, Economia, Relações Exteriores e Educação e Cultura. 

Um grupo de 30 pessoas trabalha nos detalhes do consumo para fins recreativos da droga, o que deve ocorrer em abril. A regulamentação do consumo para uso medicinal da droga ainda demorará três meses mais. 

"É um trabalho muito complexo. É como uma rua onde você tem mais de 10 faixas, todas paralelas, e tem que trabalhar em cada uma", disse Calzada. 

Segundo a lei, os uruguaios e estrangeiros residentes no Uruguai poderão comprar até 40 gramas da maconha em farmácias, sob prévia inscrição num registro de consumidores. Também se habilitarão clubes especializados e a possibilidade do cultivo próprio. A produção da droga será controlada pelo Estado, que concederá licenças a empresas por meio do Instituto de Regulação e Controle do Cannabis (IRCCA). 

Calzada disse ao Estado que os estrangeiros, além de comprar a droga após comprovar a residência mínima no país, poderão participar do mercado da produção. Ainda é discutido quanto tempo de residência será exigido deles para participar dessa atividade. 

"Estamos pensando em criar cinco variedades da maconha com o selo do IRCCA. Para isso, vamos definir 10 hectares, e inicialmente podem ser menos. Nós vamos orientar as empresas onde plantar. E não estamos pensando em lugares perto da fronteira", disse Calzada. O Estado acredita que com 10 hectares pode produzir as 20 toneladas necessárias para abastecer o mercado nacional. Ainda se discute se a produção será contínua ou por estações e quais serão os sistemas de segurança para evitar o contrabando. 

A Junta Nacional de Drogas estima que o Estado vai deter 90% do mercado de cultivo, enquanto os clubes os "autocultivadores" representarão 10%. 

A plantação para o consumo recreativo será em estufas fechadas. A droga custará US$ 1 por grama, mas o preço terá "elasticidade" para competir com o mercado ilegal, e também pagará impostos. 

"O mercado uruguaio é pequeno. Em um ano, 120 mil pessoas consomem maconha no país. Calculamos que sejam 70 mil por mês. Destes, 20 mil são pessoas que consomem 40 gramas e o restante consome 10 gramas. O dinheiro que o mercado moverá não é todo lucro, há muito investimento", disse Calzada. 

O organismo trabalha na criação do registro de consumidores que deverá assegurar o anonimato dos usuários da droga. Um software estará disponível nas farmácias onde o usuário será identificado não por seu nome, mas por um código. As farmácias darão informação sobre eventuais problemas no consumo da droga. 

"Temos duas obsessões: qual será o volume de produção e aonde irá o volume que produzimos? Temos de nos certificar disso. Temos de fazer o rastreamento da planta e seu seguimento", afirmou o secretário. 

Parcerias. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada do Brasil (Ipea) terá um papel de assessoria no comitê científico que a lei cria. Também como conselheiros poderão participar a Organização Mundial da Saúde (OMS) e universidades dos Estados Unidos e da Itália. 

"Não somos arrogantes e temos o critério de escutar as opiniões de outros, porque é gente que estudou durante muitos anos o comportamento do mercado de drogas. Estamos interessados em conhecer como fizeram suas investigações, que critérios metodológicos usaram. Mas eles não vão participar no desenvolvimento da política. O comitê científico estará integrado pelo uruguaios", afirmou Calzada. 
Fonte: ESTADÃO Internacional/http://www.diariodaerva.com/

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