A médica cubana Ramona Matos Rodríguez, que fugiu de Pacajá (PA), onde atuava pelo programa Mais Médicos, teve a carteira de trabalho emitida ontem na Delegacia Regional do Trabalho de Brasília. O documento servirá para que ela exerça uma função administrativa na Associação Médica Brasileira (AMB), a partir da próxima semana. Na segunda-feira, ela será ouvida na Procuradoria Regional do Trabalho para esclarecer o motivo de ter dito que foi “enganada” pelo governo de Cuba ao receber cerca de R$ 2,5 mil enquanto os demais profissionais estrangeiros ganham, pelo menos, R$ 10 mil na iniciativa. Ontem, o DEM pediu uma audiência entre a médica e a ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, e a da Secretaria das Mulheres, Eleonora Menicucci.
A proposta de trabalho foi feita pela AMB na última quinta-feira. O órgão, que havia se posicionado contra o Mais Médicos na época do lançamento, em julho do ano passado, se dispôs a ajudar a cubana e a prepará-la para o teste do Revalida. Se ela for aprovada, poderá exercer a medicina no Brasil mesmo depois de ser desligada do programa do governo federal. Ramona é hoje refugiada provisória no país, graças ao requerimento entregue ao Conselho Nacional para os Refugiados (Conare) na quarta-feira. Não há data para que seu caso seja julgado — há na fila outros 1,5 mil pedidos de estrangeiros.
Enquanto o refúgio definitivo não é concedido, Ramona deve trabalhar. Ela também espera um retorno dos Estados Unidos. Na última segunda-feira, antes de procurar o DEM, ela registrou um pedido de asilo político na embaixada americana para participar do programa de amparo a médicos cubanos da ONG Solidariedade sem Fronteiras. “Eu só quero ser livre, aqui ou lá, mas, se o Brasil me der oportunidade, ficarei muito encantada”, diz a médica. Até lá, ela alugará um apartamento e se instalar na cidade — ela passou a noite de terça para quarta-feira na liderança do DEM na Câmara e, desde então, está hospedada no apartamento funcional do deputado Abelardo Lupion (DEM-PR). Pernambuco.com
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