A Polícia Federal afirmou na tarde desta quarta-feira (5) que o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no julgamento do mensalão, faz documentos em nome de seu irmão Celso Pizzolato desde 2007. Pizzolato foi preso na manhã desta quarta na Itália portando um passaporte em nome do irmão.
O primeiro documento rastreado pelo PF foi um RG em nome de Celso, com data de expedição de 2007. Também há CPF e título de eleitor no mesmo nome. Em 2008, foi feito um passaporte brasileiro e em 2010 foi expedido o passaporte usado para entrar na Espanha em 12 de setembro de 2013. Todos os documentos foram feitos no Estado de Santa Catarina.A Polícia Federal diz acreditar que Celso morreu há quase 36 anos. A PF exibiu fotos de seu túmulo durante a entrevista coletiva.
Pizzolato deixou o país com o nome de Celso na cidade de Dionísio Cerqueira (SC). Entrou na Argentina em Bernardo de Irigoyen . E viajou até Buenos Aires, onde pegou um voo para Barcelona em setembro.
De acordo com a PF, Pizzolato registrou na polícia italiana no dia 14 de setembro a perda de documentos em seu próprio nome. Mas a PF não sabe com precisão a data e a forma que Pizzolato entrou na Itália porque não há controle de fronteira entre Espanha e Itália.
A polícia italiana informou que em 2010 um homem italiano com o nome Celso, que tinha residência no exterior, informou à Itália que iria residir no próprio país.
A mulher de Pizzolato, Andrea Eunice Haas, também já tinha solicitado residência fixa na Espanha desde 2010.
A data de falsificação dos documentos reforça a hipótese da PF de que a fuga de Pizzolato teria sido premeditada. Ele foi condenado pelo STF apenas em 2012.
A PF, com ajuda da polícia italiana, conseguiu rastrear a fuga de Pizzolato investigando sua família. Após descobrir os documentos em nome de Celso, checou nos aeroportos da América do Sul e da Europa e foram encontrados registros no nome do irmão do ex-diretor do BB.
Extradição
Nesta quarta-feira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que irá pedir a extradição de Pizzolato.
O diretor-executivo da PF, Rogerio Galloro, afirma que não é possível afirmar se Pizzolato será extraditado. "Nossa prioridade era a captura dele. A decisão de extradição cabe à Justiça italiana".
A PF não soube informar o tempo de análise da justiça italiana para um processo de extradição. Leia mais em: http://zip.net/brmj7Y
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