O consumo de café no Brasil, segundo consumidor global após os Estados Unidos, registrou ligeiro recuo de 1,2% em 2013 na comparação com 2012, com a bebida sofrendo com a concorrência de produtos prontos, como sucos e achocolatados, apontou nesta segunda-feira (17) um estudo da associação que reúne a indústria no Brasil.
Foi a primeira queda no consumo no País desde 2003, e o segundo recuo da série histórica, segundo dados da Abic (Associação Brasileira da Indústria do Café) contabilizados desde 1990.
De acordo com a entidade, as inúmeras novas opções prontas para o consumo no café da manhã, que incluem bebidas a base de soja, cuja penetração no mercado ainda é pequena comparada ao tradicional cafezinho, têm apresentado um crescimento bastante elevado.
— Enquanto a penetração do café no consumo doméstico permaneceu elevada (95%), mas estável, os outros produtos ou categorias novas cresceram acima de 20%, como foi o caso do suco pronto (25%) e as bebidas a base de soja (29%).
De acordo com a associação, "essas categorias de maior valor agregado desafiam a indústria de café para a inovação e para a retomada de índices de crescimento maiores, o que pode ocorrer com a oferta de cafés de melhor qualidade, diferenciados e certificados".
Em 2014, a Abic estima a retomada do crescimento do consumo interno de café, ao nível de 3% a 4%, com maior procura por cafés de melhor qualidade, desde os tradicionais até os gourmet.
— A entidade está debruçada sobre a elaboração de um plano de marketing que destaque os atributos do café com seus benefícios para a saúde, energia e bem-estar, que serão os princípios a explorar neste período da Copa do Mundo e posteriores...".
O consumo em 2013 somou 20,08 milhões de sacas de 60 kg, o que representou cerca de 40% da safra nacional do país no ano passado.
O Brasil, maior produtor e exportador global de café, exporta a maior parte de sua produção.
Preço menor
A queda no consumo em 2013 ocorreu apesar de os preços nas prateleiras terem caído.
Os preços do café nas prateleiras do varejo diminuíram 15% ao longo de 2013, com o valor médio do produto tipo tradicional passando de 14,82 reais/kg em janeiro de 2013 para 12,55/kg em dezembro do ano passado, segundo pesquisas feitas no varejo paulistano. Em nota, a Abic explicou o cenário.
— Esta queda, entretanto, não serviu para ampliar o consumo.
A associação citou ainda que "contribuiu" para a redução do consumo a constatação da diminuição do número de empresas de pequeno porte, cuja quantidade produzida esta sendo reavaliada.
Em final de 2012, a entidade contabilizava 1.490 indústrias no País, de todos os portes, que atuaram no mercado nos últimos quatro anos, e ao final de 2013 esse número foi de 1.428. Reuters
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