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sexta-feira, 29 de março de 2013

Precisa-se de padres no país dos católicos

CNBB calcula serem necessários 10 mil novos sacerdotes para atender à demanda no país e trabalha para estimular vocação.

Faltam padres no Brasil, a maior nação católica do mundo. Há cerca de 20 mil deles atuando nas paróquias, mas para suprir a demanda dos fiéis são necessários mais 50% desse total – o ideal, na avaliação da Igreja, é um sacerdote para cada 10 mil pessoas em todas as regiões do país.

O padre Domingos Barbosa Filho, presidente nacional da Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (Osib), entidade vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), acredita que que cinco mil religiosos já ajudariam a resolver a questão. Segundo a igreja, o problema não é só a falta de padres, mas a má distribuição do clero no país. A maior parte está concentrada nas regiões Sudeste (45%) e Sul (25%), enquanto o Norte (3%).

Ex-presidente da Osib, padre Paulo Batista Borges, titular da Paróquia de São Sebastião, em Uruaçu, município do Norte de Goiás, reconhece que houve grande queda nas vocações, nas décadas de 1960 e 1970, depois da realização do Concílio Vaticano II (1962-1965), que trouxe uma série de mudanças na Igreja e, na avaliação dele, má compreensão de uma nova teologia. De acordo com o religioso, muitos deixaram o ministério, mas, nos anos 1990, houve uma retomada e crescimento no número de candidatos. Uma das alternativas para aumentar os candidatos está na pastoral das vocações e no trabalho missionário. No Brasil, há 700 casas de formação de padres (seminários diocesanos, regionais e estaduais). Na capital mineira, o pioneiro é o Seminário Arquidiocesano Coração Eucarístico de Jesus, da Arquidiocese de Belo Horizonte, que comemora 90 anos e conta com 42 alunos. Há também outros pertencentes a ordens, congregações e dioceses do interior.

VIDA RELIGIOSA
O seminário da Arquidiocese de Belo Horizonte acompanha a média nacional de ordenação de seis padres por ano. O número foi maior em 2010 (veja quadro). São necessários oito anos de estudos – um preparatório, três de filosofia e quatro de teologia. Para ingressar, é preciso ter acima de 17 anos e ensino médio completo e quem já tem curso superior fica apenas cinco anos. As estatísticas em Belo Horizonte mostram que não basta querer para chegar ao altar da igreja. Em 2012, de 52 pessoas que pediram informações, apenas 10 ingressaram no seminário. A entrada na vida da comunidade requer frequência nas missas, experiência na catequese, presença em grupo de jovens e círculos bíblicos, conhecimento da Igreja por dentro e compromisso com o celibato.
Fonte: www.uai.com.br

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