O presidente do Sport, Luciano Bivar, afirmou ontem ter contratado os serviços de um lobista para "empurrar" Leomar à seleção brasileira em 2001, quando Emerson Leão era o técnico. Pelo time nacional, o volante participou de seis jogos: um pelas Eliminatórias da Copa-2002, um amistoso e outros quatro pela Copa das Confederações de 2001. "O jogador pertencia ao Sport, e nós pagamos um lobista para que ele fosse convocado. Se deu certo? Não sei. Se alguém da CBF levou esse dinheiro? Não sei. Mas ele jogou na seleção", declarou Bivar à Folha, por telefone. O dirigente se recusou a informar quanto e a quem pagou pelo serviço. "Isso seria exumar um cadáver de 12 anos. Mas posso dizer que não foi nada relevante." O técnico Emerson Leão reagiu com indignação às declarações de Bivar. "Ele precisa provar", sentenciou. "Eu era o técnico, Antônio Lopes era o coordenador, e a nós ninguém nunca sugeriu nada. Isso tem que ser investigado, é uma acusação grave", completou o treinador, atualmente sem clube. Na época, para justificar a convocação do volante, então com 29 anos, o técnico afirmou: "É um atleta regular, sempre nota 7." Ontem, a exemplo de Leão, Antônio Lopes se mostrou irritado com o fato de Bivar não entregar o nome do lobista. "Ele joga esse tipo de coisa no ar, mas não fala quem recebeu o dinheiro, é um absurdo", disse o ex-coordenador. "Se alguém viesse sugerir uma indignidade dessas a mim ou ao Leão, levaria um soco nos cornos e seria preso", acrescentou Lopes, que também foi delegado. Procurada por meio de sua assessoria de imprensa, a CBF informou que não se pronunciaria sobre o assunto. Leomar também atendeu a Folha para falar sobre o caso. "Se isso fosse verdade, eu teria me recusado a jogar pela seleção. Se eu cheguei lá, se fui convocado, foi por mérito. É muita irresponsabilidade um presidente de clube afirmar que pagou para chamarem um jogador dele", declarou o ex-volante, que hoje mora em Curitiba e atua como empresário de atletas de categorias de base.
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