Abalado por denúncias em sua gestão, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, não obteve nesta terça-feira (22) apoio unânime de membros do PDT para permanecer no cargo. Embora tenha ampla maioria entre líderes partidários reunidos na capital federal, ele não conseguiu uma manifestação integral de suporte em reunião da legenda na noite de hoje e teve de se contentar com um endosso "muito uniforme", nas palavras do presidente em exercício da legenda, o deputado federal André Figueiredo (CE).
Antes do encontro, o ministro buscava confeccionar uma nota de apoio integral após as denúncias da revista "Veja" de que funcionários seus cobravam propina de empresas licitantes –o que Lupi sempre negou. Ainda dissonantes no partido, os deputados José Antônio Reguffe (DF) e o senador Pedro Taques (MT) voltaram a sugerir que o partido deixe os cargos no governo federal e se mantenha independente da presidente Dilma Rousseff.
O pequeno foco de resistência, que também inclui o senador Cristovam Buarque (DF) – ausente na reunião deste início de noite–, evitou a divulgação da nota de suporte a Lupi. Antes do encontro, parlamentares da legenda previam "um texto light", que seria do gosto também dos insatisfeitos com a manutenção de Lupi no Ministério do Trabalho. Já durante a conversa, os pedetistas concluíram que só divulgariam um texto de consenso. Isso não aconteceu.
"De uma maneira muito uniforme o PDT ratifica o apoio ao ministro Lupi, a confiança que nós depositamos nele. Ao mesmo tempo colocamos que a presidente Dilma tem o nosso apoio independentemente de cargos. O PDT não está no governo da Dilma por cargos. Confiamos antes de tudo no projeto que ela construiu", disse Figueiredo. Ele afirmou ainda que o partido respeitará os que sugerem desembarcar da base aliada.
Lupi saiu da reunião sem dar declarações à imprensa. Outros líderes partidários admitiram o desgaste após semanas de denúncias e sugeriram mudanças. "Precisamos ter um diálogo menos centralizado, como está hoje, com o governo Dilma", afirmou o deputado Brizola Neto (PDT-RJ). O líder pedetista na Câmara, Giovanni Queiroz (PA), disse que o partido sai "ressentido" e "machucado" após o bombardeio de acusações.
Participantes da reunião afirmaram que o ministro não pediu apoio durante o encontro, mas ele passou essa missão aos líderes pedetistas no Congresso e deputados influentes, como Paulo Pereira da Silva (SP), presidente da Força Sindical. Maurício Savarese //Do UOL Notícias, em Brasília
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