A Grécia iniciou conversas diretas com os bancos que detêm bônus soberanos do país fora da estrutura do Instituto Internacional de Finanças (IIF). Nas negociações sobre o programa de troca de bônus os gregos estariam pedindo que o valor presente líquido dos novos títulos seja reduzido para 25%, bem abaixo do desconto (haircut) de quase 50% proposto pelos bancos.
As informações foram divulgadas ontem pela agência Reuters, citando pessoas com conhecimento do assunto. “A Grécia começou a conversar com os credores individualmente, só para ter a própria percepção sobre o sentimento do mercado”, diz uma das fontes.
Os ministros de Finanças da zona do euro devem aprovar a próxima parcela de empréstimo emergencial à Grécia na terça-feira e concordar com detalhes sobre como alavancar o fundo de resgate da região caso Itália e Espanha também solicitem ajuda financeira.
Os ministros de Finanças do bloco pediram a todos os principais partidos gregos um compromisso por escrito de suporte a reformas que vão permitir a liberação de um segundo pacote emergencial de financiamento para Atenas no valor de 130 bilhões de euros. Esse apoio é uma condição para a liberação da sexta parcela de ajuda, sem a qual a Grécia declarará calote.
Um dos líderes do partido grego, Antonis Samaras, há muito se recusava a oferecer essa garantia por escrito, mas enviou uma carta na quarta-feira, abrindo espaço para a liberação da parcela de 8 bilhões euros, o que deveria ter ocorrido em setembro.
“Essa será a terceira vez que decidiremos sobre a liberação da sexta (parcela), então acho que é uma terceira vez de sorte”, disse uma autoridade da zona do euro. “Devemos estar em uma posição para reconhecer o recebimento dos compromissos por escrito pelas principais forças políticas da Grécia”, acrescentou.
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