"Se você visse como o lixo do brasileiro é rico...", diz Ronaldo Dimas Lipparelli, 50, ao contar onde achou um exemplar do livro "O Médico e o Monstro", clássico escrito no século 19 pelo escocês Robert Louis Stevenson.
A obra ajudou a mantê-lo acordado na madrugada da última sexta-feira, na van abandonada onde mora, no centro de São Paulo. Como teme a remoção do veículo pela prefeitura, ele pediu para que a rua onde a van está estacionada não fosse revelada.
Vídeo
As noites são perigosas, diz, mal consegue dormir. Usuários de crack vivem tentando invadir a carcaça da van, encontrada cerca de dois meses atrás durante uma chuva. Ele limpou, fez uma pintura e se instalou com objetos que encontrou pela rua. Entre eles, um relógio com a cara de Homer Simpson.
Drogas, fala que consumiu, mas há tempos. Álcool, bem pouco. E como foi parar na rua? "Fiz besteiras. Gastei dinheiro demais", conta.
Ele diz que se formou publicitário pela ESPM. A escola não confirma. Lipparelli arrisca algumas palavras em inglês e italiano.
"Cheguei a ter dois carros e duas motos novos", lembra. Em seguida, conta que ganhava por mês algo que corresponde a atuais R$ 18 mil.
Há oito meses, calcula, está desempregado. Antes disso, vivia com os pais, situação que ficou insustentável após a morte da mãe. "Ele [seu pai] comprava comida, comia na minha frente e me deixava com fome."
Hoje, vive de pão doado por uma padaria. Água, consome de uma torneira encontrada na frente de uma escola.
Conta que tem três filhos. O mais novo, continua, é uma menina, que ele não vê desde que nasceu, há cerca de quatro meses.
"Preciso de um lugar para ficar e de um trabalho. Só uma coisa não adianta."
Meio dormindo, meio acordado, ele termina de conversar com a reportagem e pega no sono novamente. Pelo jeito, vai ser outra noite tensa.De Folha.com
A obra ajudou a mantê-lo acordado na madrugada da última sexta-feira, na van abandonada onde mora, no centro de São Paulo. Como teme a remoção do veículo pela prefeitura, ele pediu para que a rua onde a van está estacionada não fosse revelada.
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As noites são perigosas, diz, mal consegue dormir. Usuários de crack vivem tentando invadir a carcaça da van, encontrada cerca de dois meses atrás durante uma chuva. Ele limpou, fez uma pintura e se instalou com objetos que encontrou pela rua. Entre eles, um relógio com a cara de Homer Simpson.
Drogas, fala que consumiu, mas há tempos. Álcool, bem pouco. E como foi parar na rua? "Fiz besteiras. Gastei dinheiro demais", conta.
Ele diz que se formou publicitário pela ESPM. A escola não confirma. Lipparelli arrisca algumas palavras em inglês e italiano.
"Cheguei a ter dois carros e duas motos novos", lembra. Em seguida, conta que ganhava por mês algo que corresponde a atuais R$ 18 mil.
Há oito meses, calcula, está desempregado. Antes disso, vivia com os pais, situação que ficou insustentável após a morte da mãe. "Ele [seu pai] comprava comida, comia na minha frente e me deixava com fome."
Hoje, vive de pão doado por uma padaria. Água, consome de uma torneira encontrada na frente de uma escola.
Conta que tem três filhos. O mais novo, continua, é uma menina, que ele não vê desde que nasceu, há cerca de quatro meses.
"Preciso de um lugar para ficar e de um trabalho. Só uma coisa não adianta."
Meio dormindo, meio acordado, ele termina de conversar com a reportagem e pega no sono novamente. Pelo jeito, vai ser outra noite tensa.De Folha.com
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