Na tarde deste domingo, o técnico do Vasco, Ricardo Gomes, sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) com hemorragia. O ex-jogador foi levado para o Hospital Pasteur, no Méier, Zona Norte do Rio de Janeiro, e teve que se submeter a uma cirurgia para reduzir o hematoma cerebral sofrido no incidente.
"As sequelas podem ser várias, desde muito pequenas até completamente incapacitantes. Não tive acesso aos exames do Ricardo Gomes, por isso não posso precisar a situação deles. No entanto, as consequências de um AVC hemorrágico podem ser completamente impeditivas, tornando a pessoa muito dependente e impossibilitando-a de exercer sua profissão", disse o cardiologista Marcelo Magalhães, do Hospital Pró-Cardíaco. "A recuperação é algo muito individual. Ela depende do procedimento cirúrgico também. Da mesma forma, uma pessoa com AVC hemorrágico pode voltar às atividades normais rapidamente".
Ainda de acordo com o especialista, pacientes com histórico de hipertensão devem evitar situações de stress. No ano passado, quando ainda comandava o São Paulo, Ricardo Gomes sofreu um AVC isquêmico após um clássico contra o Palmeiras. Neste domingo, o ex-jogador comandava o Vasco em outro clássico, dessa vez contra o Flamengo.
"As situações de stress são sempre muito perigosas para quem já tem um quadro de hipertensão. O nervosismo gera grande liberação de adrenalina, que lava a uma hiperdinamia (atividade muscular excessiva). Isso aumenta muito a frequência cardíaca e a pressão, deixando o paciente muito vulnerável. Uma pessoa que já tem um histórico de problemas nesse sentido deve evitar essas situações", explicou Marcelo Magalhães, que atentou para a diferença entre os AVCs que Ricardo Gomes teve no Vasco e no São Paulo. "No São Paulo, ele sofreu um AVC isquêmico, que é quando ocorre a obstrução de uma artéria. É como um enfarto cerebral. Dessa vez foi um AVC hemorrágico, que é caracterizado pelo rompimento da artéria e a inundação da área afetada".
Para o goleiro Fernando Prass, Ricardo Gomes não deu sinais de nervosismo antes do jogo. De acordo com o jogador, o técnico agia normalmente até o momento do incidente.
"Foi um dia completamente normal até o ocorrido. Nenhuma mudança que levasse a gente a ligar o ocorrido com um estresse maior. Nada fora do comum", disse Prass.
Velocidade do resgate
Para o cardiologista Marcelo Magalhães também ressaltou que a velocidade no resgate de um paciente com AVC é fundamental para evitar grandes sequelas.
"O tempo é primordial. No caso do AVC hemorrágico, há uma série de medidas que os médicos podem tomar para controlar a pressão do paciente. A redução rápida da pressão intracraniana reduz significativamente o risco de danos secundários", analisou o médico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário