Teste de urna do TSE Crédito: José Cruz/Agência Brasil
Quinze municípios baianos que escolheram os respectivos prefeitos no último domingo (6) tiveram uma disputa apertada e o resultado decidido por menos de 100 votos de diferença. Esse foi o caso de Santa Terezinha, cidade situada no Centro Norte do estado, onde a eleição foi definida por uma distância de apenas quatro votos entre o representante municipal eleito e o segundo candidato mais bem votado. Além dela, os municípios de Manoel Vitorino, Igrapiúna, Itaju da Colônia, Cotegipe e Mulungu do Morro elegeram os prefeitos com diferença inferior a 50 votos.
Em Santa Terezinha, o prefeito Agnaldo Andrade (PSD) foi reeleito com 3.883 votos (50,03%), enquanto o candidato Ailton da Bicicleta (PT) foi derrotado com 3.879 votos (49,97%). A cidade, que tem população de 10.441 pessoas, segundo dados do Censo Demográfico 2022 do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), tem como principais fontes de renda a agricultura e o serviço público. Cercado de ambos os lados pelos municípios de Itatim e Castro Alves, que faziam parte do seu território, Santa Terezinha não acompanhou o comércio das vizinhas – que acabaram por se emancipar.
Para o morador Daniel Silva, de 25 anos, a possibilidade de conseguir empregos junto à nova prefeitura foi o que levou a população a ficar dividida entre os candidatos do PSD e do PT. “A política aqui é bem acirrada. Faz quatro anos que o prefeito foi decidido por aproximadamente 20 votos. A divisão se dá porque é uma cidade que depende só de prefeitura. Não tem outros recursos, fábricas ou indústria, a renda vem da prefeitura ou da aposentadoria”, explica.
O cientista político e professor Cláudio André de Souza observa que as eleições acirradas ao redor do estado refletem a escassez do mercado de trabalho. “Várias cidades baianas não têm uma grande parte da população se ocupando no mercado de trabalho ou têm mercado privado, do ponto de vista de geração de indústrias ou serviços. Então, a prefeitura ganha uma centralidade como o principal mecanismo de ascensão em torno de oportunidades socioeconômicas”, pontua.