A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo contesta o levantamento do observatório
Fonte: Agência Brasil
© Tânia Rêgo/Agência Brasil
Levantamento do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua revela aumento do número de pessoas vivendo nestas condições na capital paulista do ano passado para este ano. Segundo o grupo, vinculado à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 2023, a cidade tinha 64,8 mil pessoas que se declaravam nessa situação no Cadastro Único de Programas Sociais (CadÚnico). Neste ano, o número chegou a 76,6 mil.
O CadÚnico reúne os beneficiários de políticas sociais, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), e serve como indicativo das populações em vulnerabilidade para quantificar os repasses do governo federal aos municípios. Conforme o levantamento do observatório, o cadastro registra aumento do número de pessoas em situação de rua em todo o Brasil, passando de 261,6 mil, em 2023, para 293,8 mil, neste ano.
De acordo com o coordenador do observatório, André Dias, o crescimento ocorre, em parte, devido à ausência de políticas destinadas a essa população. Dias afirma que faltam “políticas públicas estruturantes voltadas especificamente para essa população historicamente tão vulnerabilizada, como moradia, trabalho e educação”.
O professor destaca que, ao longo do último ano, aumentou o número dos cadastros, que são a porta de entrada para acesso aos benefícios sociais. Esse “fortalecimento da base de dados” também contribuiu para o aumento do número de pessoas registradas como em situação de rua.
Controvérsia
A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo contesta o levantamento do observatório e diz que o cadastro é “cumulativo e autodeclaratório, não retrata a realidade da cidade”.