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O governo do Sudão – país do Norte da África – e lideres rebeldes assinaram um acordo de paz para acabar com a guerra que dura 17 anos.
O acordo foi assinado neste sábado, 3 e representantes do governo de transição sudanês e movimentos rebeldes, diplomatas do Chade, Catar, Egito, da União Africana e da ONU, participaram da cerimônia, realizada na capital do vizinho Sudão do Sul. Só Notícia Boa
O governo de Cartum, formado por uma coalizão de civis e militares – que assumiu o comando do país desde o movimento popular que derrubou em 2019 o presidente Omar al Bashir – considerava a paz com os rebeldes uma prioridade.
O acordo estipula que os movimentos armados devem ser desmantelados e que os combatentes terão que aderir ao exército oficial, que vai se reorganizar para ser representativo de todos os componentes do povo sudanês.
Ele também inclui outros temas delicados, como a propriedade da terra, compensações e o retorno para casa de refugiados e deslocados.
A assinatura
O comandante paramilitar sudanês, Mohamed Hamdan Daglo, conhecido por seu apelido “Hemeti”, assinou o acordo pelo lado de Cartum.
Por parte dos rebeldes o documento foi assinado por um representante da Frente Revolucionária Sudanesa (SFR) e outros líderes de grupos armados.
A SFR reúne grupos rebeldes da região de Darfur (oeste), devastada por anos de guerra e massacres étnicos, assim como dos estados de Nilo Azul e Kordofan Sul.
Outros grupos rebeldes importantes, no entanto, não assinaram o documento, o que provoca dúvidas sobre a aplicação real do acordo.
A guerra
O Sudão é um país marcado por rivalidades étnicas e religiosas.
Durante três décadas, sob o punho de ferro de Bashir, o governo foi controlado pelos árabes e os conflitos com outras minorias logo tomaram a frente sobre outros problemas.