Refutando o discurso de que as mudanças climáticas e o aquecimento global é causado por ação do homem, o meteorologista e professora do Departamento de Geografia da USP, Ricardo Augusto Felício, explica que o grande vilão do efeito estufa não é o carbono (CO2) e que as emissões feitas a partir da intervenção humana no mundo não interfere no clima. “O CO2 não controla o clima na terra”. E é categórico ao afirmar: “O grande questionamento é de fundo financeiro. É um jogo de interesses dos grandes países, de vender novos produtos, manter patentes, que vão interferir nas relações de consumo e no modo de produção”, frisa ele. Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, o cientista explica o que provoca as mudanças, revela que o prognóstico é de resfriamento na terra, defende o desenvolvimento racional e descarta suposições do que denomina “tríade do fake climate” (mudanças climáticas, aquecimento global e caos ambiental). “Tudo isso acaba sendo usado para dar vazão há um conceito de sustentabilidade que sequer é definido pelo IBGE. Um discurso vazio, visando vender uma ideologia, que por sua vez não se sustenta em seu tripé”, assevera o doutor em climatologia. Confira a entrevista.
Reprodução- Especialista explica que o grande vilão do efeito estufa não é o carbono (CO2) e que o homem pouco interfere nas mudanças climáticas
O senhor defende que não existe aquecimento global por ação antrópica. Se não existe, por que tantos a defendem e há tantas políticas para tentar reverter?
Atrela-se a história do CO2, como se fosse um gás vilão que causa esse fenômeno chamado aquecimento global e que, por sua vez, as emissões humanas estariam aumentando a concentração desse gás, que por sua vez causaria o efeito estufa, que por sua vez causaria o aquecimento global, que por sua vez alteraria o clima da terra. É um monte de suposição. As questões que levantamos vai impactar em várias dessas suposições. Primeiro não é o CO2 que controla o clima na terra. Depois, o homem não tem a ver com a mudança da concentração desse gás na atmosfera, a nossa emissão é ridiculamente pequena. Terceiro, o CO2 não tem o poder de fazer o efeito estufa. E nós questionamos essas hipóteses porque não há provas científicas de que isso exista. A grande questão é: como se condiciona todo o desenvolvimento humano, socioeconômico sobretudo nos países em desenvolvimento, como o Brasil, a uma falácia? Estão tentando atrelar todo o desenvolvimento humano dentro de uma grande mentira que é o aquecimento global, das mudanças climáticas e do caos ambiental, como se nós estivéssemos acabando com o mundo. Mas quando se consegue doutrinar as pessoas com essa teoria, consegue impor questões que países desenvolvidos tem interesse. É um jogo de interesses dos grandes países, de vender novos produtos, manter patentes, um jogo de interesses que vão interferir nas relações de consumo, na industria, no modo de produção, em serviços, na agricultura. O que está em jogo é outra coisa.
E o que está em jogo?
O grande questionamento é de fundo financeiro, a exemplo do crédito de carbono. Criaram um sistema em que o país não pode produzir, transfere a produção como se fosse gás, o CO2, e aí vêm nos países subdesenvolvidos e vendem o excedente dessa produção deles e o dinheiro é depositado em contas fiduciárias, ou seja, já destinado a uma nova compra de um outro produto desses países. É um mercado ganancioso em manter os países emergentes em estado de submissão aos ricos, enquanto os grandes crescem, dominam e vendem todas as tecnologias. Tudo por meio desses doutrinamentos de mudanças climáticas, quase religiosos, que conseguem mudar leis e impõem isso como meta de consumo. A indústria fica limitada a usar um modelo de produção. Um exemplo é dos gases do refrigerantes, quem não assinava o tratado de Montreal não recebia ajuda financeira do FMI (Fundo Monetário Internacional), num verdadeiro toma lá, dá cá. Foi o que ocorreu com os gases das geladeiras. Conseguiram emplacar a história do ozônio mundialmente, E agora 20 anos depois quando as patentes estão caindo, retomam o discurso, com outra opção.
E essas mudanças climáticas se devem a quê?
São fenômenos normais, sempre acontecem. Não podemos aceitar que simplesmente digam que estão aumentando. É mentira. Nos últimos 20 anos o que cresceu foi o monitoramento do planeta, por meio de sensoriamento remoto, de estações meteorológicas. Estamos vendo o que ocorre. E ao mesmo tempo, há mais pessoas ocupando áreas do planeta e a pobreza mundial também levou mais pessoas a morarem em áreas de risco. Mas não tem a ver com questões climáticas e sim com questões econômicas. Então, medidas para promover a sustentabilidade, conferências, como a Rio +20, políticas internacionais não tem nenhuma valia. O desenvolvimento não tem que ser sustentável. E sim, deve ser racional.