Alcione e crianças do projeto - Foto: divulgação
“Como ensinar a pescar em rio seco?” Essa é uma das frases de Alcione de Albanesi, uma das idealizadoras do projeto
Amigos do Bem, que transforma vidas no sertão nordestino e atende 75 mil pessoas por mês.
Há 27 anos o projeto leva água, comida,
educação, emprego, moraria e saúde para milhares de brasileiros e consegue promover o desenvolvimento local, a
inclusão social e erradicar parte da
fome e da miséria.
Iara e Eduardo, os
Caçadores de Bons Exemplos – parceiros do SóNotíciaBoa – estiveram lá e contaram que a frase “como ensinar a pescar em rio seco” marcou a vida deles.
“A dimensão do trabalho que eles fazem, há quase 30 anos, é quase inacreditável. O que começou com uma vontade de fazer um Natal diferente, se tornou uma comunidade, em cidades espalhadas pelo nordeste e milhares de vidas transformadas!”, disseram após visitar o projeto.
O projeto
Era 1993, quando um grupo de amigos decidiu fazer um Natal diferente e menos miserável para pessoas que vivem numa área pobre do nordeste.
No primeiro ano, foram 20 pessoas que mandaram mais de 1.500 cestas básicas de caminhão para lá.
Elas conheceram vários povoados e durante os próximos 10 anos se dedicaram a fazer esse trabalho todo fim de ano.
Até que um dia, o grupo cruzou o caminho de uma senhora que, depois de andar 6 km, chegou até eles com as pernas sangrando, implorando por comida.
Fome
Emocionados com a determinação da mulher, levaram ela de volta para casa e lá escutavam uma frase de cortar o coração.
“Mainha, a senhora trouxe comida!”.
Parecia um coro feito por crianças que há muitos dias não sabiam o que era comer de verdade.
“Depois de dez anos visitando e achando que cuidávamos daquele povo, nós vimos de frente a algo que era infinitamente maior do que fazíamos. A necessidade ali era gigante e atemporal, não tinha como voltar pra casa sem pensar que deveríamos fazer mais por eles”, disse Alcione.
“Até então, deixávamos sim uma marca de amor por onde passávamos, mas não tínhamos conseguido transformar realidades”, continuou.
Cidade do Bem
O trabalho começou a se transformar. Eles passaram a enviar quase cem caminhões todos os anos, passando por locais de difícil acesso e assim mapearam onde a miséria era crítica.
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