por Nicola Pamplona | Folhapress
Foto: Alan Santos/PR
O presidente do BNDES, Joaquim Levy, disse nesta terça-feira (8) que os focos de sua gestão serão apoio a empresas de médio porte, ao setor de tecnologia e a infraestrutura, ajudando o governo a modelar projetos e a financiá-los, em parceria com o setor financeiro privado.
Nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro com a missão de "abrir a caixa preta" do BNDES, Levy prometeu ainda maior transparência na divulgação de informações sobre a atuação do banco. Em cerimônia de transmissão de cargo, no Rio, o novo presidente do BNDES voltou a afirmar que o banco terá que readequar seu balanço para o novo cenário de menor dependência de recursos federais, como havia dito em sua posse, na segunda (7).
Mas frisou acreditar que o BNDES permanecerá com papel importante na economia brasileira. "Continuamos tendo enormes potenciais e enormes valores para compartilhar com a sociedade e tenho certeza de que vamos estar cada vez mais próximos dos nossos clientes", comentou.
"Quando nos aproximamos de um momento de recuperação da economia, em que a gente vai ter uma retomada cíclica, o banco vai estar preparado", completou, dizendo que um dos novos papéis do banco será modelar projetos de infraestrutura.
O principal desafio no setor, segundo o presidente do BNDES, é desenvolver um fluxo de projetos "sólido e eficiente", que seria um fator fundamental para aumentar a competitividade e a produtividade da economia brasileira.
Ele citou o papel do banco no processo de privatização dos anos 1990 como exemplo de como o banco pode contribuir na modelagem de projetos de infraestrutura, em parceria com o PPI (Programa de Parcerias e Investimentos), criado pelo governo Temer e mantido por Bolsonaro.
Aquele momento, afirmou, ajudou a tornar a economia brasileira mais complexa e aberta a inovações. Nesse sentido, as empresas de médio porte também serão um foco —as últimas gestões já haviam redirecionado as atenções dos "campeões nacionais" da era petista para pequenas e médias empresas.
"Não há país com livre iniciativa forte que não tenha empresas médias fortes. Uma vulnerabilidade do Brasil é a gente não ter um setor com empresas médias com capacidade de crescer, criar empregos e incorporar novas tecnologias", afirmou, em seu discurso.
TRANSPARÊNCIA