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terça-feira, 8 de janeiro de 2019

BNDES vai focar em empresas médias e terá mais transparência, diz Levy

por Nicola Pamplona | Folhapress
Foto: Alan Santos/PR
O presidente do BNDES, Joaquim Levy, disse nesta terça-feira (8) que os focos de sua gestão serão apoio a empresas de médio porte, ao setor de tecnologia e a infraestrutura, ajudando o governo a modelar projetos e a financiá-los, em parceria com o setor financeiro privado.

Nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro com a missão de "abrir a caixa preta" do BNDES, Levy prometeu ainda maior transparência na divulgação de informações sobre a atuação do banco. Em cerimônia de transmissão de cargo, no Rio, o novo presidente do BNDES voltou a afirmar que o banco terá que readequar seu balanço para o novo cenário de menor dependência de recursos federais, como havia dito em sua posse, na segunda (7).

Mas frisou acreditar que o BNDES permanecerá com papel importante na economia brasileira. "Continuamos tendo enormes potenciais e enormes valores para compartilhar com a sociedade e tenho certeza de que vamos estar cada vez mais próximos dos nossos clientes", comentou.

"Quando nos aproximamos de um momento de recuperação da economia, em que a gente vai ter uma retomada cíclica, o banco vai estar preparado", completou, dizendo que um dos novos papéis do banco será modelar projetos de infraestrutura.

O principal desafio no setor, segundo o presidente do BNDES, é desenvolver um fluxo de projetos "sólido e eficiente", que seria um fator fundamental para aumentar a competitividade e a produtividade da economia brasileira.

Ele citou o papel do banco no processo de privatização dos anos 1990 como exemplo de como o banco pode contribuir na modelagem de projetos de infraestrutura, em parceria com o PPI (Programa de Parcerias e Investimentos), criado pelo governo Temer e mantido por Bolsonaro.

Aquele momento, afirmou, ajudou a tornar a economia brasileira mais complexa e aberta a inovações. Nesse sentido, as empresas de médio porte também serão um foco —as últimas gestões já haviam redirecionado as atenções dos "campeões nacionais" da era petista para pequenas e médias empresas.

"Não há país com livre iniciativa forte que não tenha empresas médias fortes. Uma vulnerabilidade do Brasil é a gente não ter um setor com empresas médias com capacidade de crescer, criar empregos e incorporar novas tecnologias", afirmou, em seu discurso.

TRANSPARÊNCIA
Levy diz que o BNDES evoluiu em termos de transparência nas gestões recentes, mas afirmou que ainda é preciso evoluir nesse processo para que a população tenha confiança de que as operações seguem as regras. "A transparência, que já é uma coisa enraizada, ainda vai se desenvolver."

O novo presidente do banco e seu antecessor, Dyogo Oliveira, reforçaram em seus discursos elogios aos funcionários da instituição. "Tenho tido oportunidade de trabalhar com o BNDES há muitos anos, tenho admirado o corpo técnico quando a gente enfrenta desafios, sempre conseguimos ter discussão franca e construtiva", disse Levy.

"O banco tem um corpo técnico fantástico, que tem sofrido por erros que não foram cometidos por eles, por erros de orientação política", defendeu Oliveira. "Tenho plena confiança de que a gestão do Joaquim Levy permitirá uma visão mais clara, mais realista daquilo que é o corpo técnico do BNDES e. daquilo que foi a orientação política."

Estavam presentes na cerimônia o novo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, o presidente da Febraban, Murilo Portugal, e o governador do Rio, Wilson Witzel, além de executivos e funcionários do banco.

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