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quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Bolsa Família tem saída recorde de 2 milhões de famílias em 2025, aponta governo

Redução é atribuída ao aumento da renda e às novas regras de permanência; ministro Wellington Dias afirma que movimento reflete avanço social
O benefício tem um adicional para mães de bebês de até 6 meses de idade. - Imagem: reprodução
O Bolsa Família registrou, em 2025, a saída de mais de 2 milhões de famílias, o maior número desde o relançamento do programa no início do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, divulgados ao O Globo, o resultado está ligado ao aumento da renda familiar e à reestruturação das regras de permanência.

Em outubro, o programa atendeu 18,9 milhões de lares, o menor número desde o início do terceiro mandato de Lula e também o nível mais baixo desde julho de 2022, quando o benefício ainda se chamava Auxílio Brasil, no governo Jair Bolsonaro (PL).

Das 2,06 milhões de famílias desligadas, 1,3 milhão deixou de receber o benefício por aumento de renda, enquanto 726,7 mil saíram com o fim do período de transição — a chamada regra de proteção, que mantém o pagamento de metade do valor por até um ano para quem ultrapassa o limite de renda.

Atualmente, o Bolsa Família é voltado a famílias com renda per capita de até R$ 218. Quando a renda passa desse valor, mas permanece abaixo de R$ 706, o benefício é reduzido temporariamente.

“Quem entra no Bolsa Família só sai para cima, seja porque conquistou uma renda maior com o trabalho, seja porque abriu o próprio negócio. E, caso perca essa renda, retorna automaticamente ao programa”, afirmou o ministro Wellington Dias.

O movimento coincide com a melhora no mercado de trabalho. Segundo o Caged, 58% das novas vagas formais abertas no primeiro semestre foram preenchidas por beneficiários do Bolsa Família.

Um levantamento do Sebrae em parceria com o Ministério do Desenvolvimento revelou que 55% dos microempreendedores individuais (MEIs) inscritos no Cadastro Único começaram a empreender após ingressar no sistema social — o equivalente a 2,5 milhões de pessoas de um total de 4,6 milhões.

As mudanças nas regras em maio deste ano também contribuíram para a redução. O prazo da regra de proteção caiu de 24 para 12 meses, e o teto de renda passou de R$ 756 para R$ 706, permitindo maior focalização nos mais vulneráveis.

Com isso, o orçamento do programa em 2025 ficou em R$ 159,5 bilhões, cerca de R$ 10 bilhões a menos que no ano anterior. A proposta orçamentária para 2026 prevê R$ 158,6 bilhões, dos quais R$ 134,4 bilhões já foram empenhados.

Para o governo, a redução no número de beneficiários é sinal de amadurecimento do programa, não de perda de proteção social.

“É um caminho sustentável. Quanto mais avançarmos em educação e oportunidades, mais seguro será o futuro das famílias brasileiras”, destacou Wellington Dias, reforçando que o objetivo é transformar o Bolsa Família em uma política de transição, e não de dependência.

O Ministério estima que 101 mil desligamentos diretos ocorreram apenas devido aos ajustes de regra neste ano — número que deve crescer em 2026, quando as novas normas terão impacto total.

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