Vitor Guerras
O grupo de estudantes responsável pelo projeto que monitora tuberculose com IA, tem um plano para um projeto nacional.
Foto: Arquivo pessoal
Um grupo de estudantes da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) desenvolveu uma ferramenta que usa inteligência artificial (IA) para monitorar a tuberculose. do SóNotíciaBoa
O “TB-MT Dashboard” é um projeto que mapeia os casos da doença e ajuda a prever cenários futuros. Com isso, os gestores de saúde podem tomar decisões rápidas e mais eficientes.
No Mato Grosso, que registrou 1.980 casos da doença até o início de dezembro, os gestores já começaram a usar a ferramenta. Apesar de precisar superar alguns desafios de financiamento, o grupo está confiante de que essa ferramenta é uma novidade que vai transformar o combate à doença no país.
Como funciona
O sistema foi criado com base em dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), utilizado pelo SUS.
A partir dessas informações, o TB-MT usa estatística espacial e aprendizado de máquina.
Além de identificar as áreas de maior risco, o projeto consegue prever a interrupção de tratamentos e estimar óbitos relacionados à doença.
O melhor é que tudo isso é feito em um painel muito interativo, que permite que os profissionais de saúde e gestores observem os dados de uma forma bem clara.
Grande impacto
Para a coordenadora da pesquisa, Josilene Dália Alves, o principal objetivo do TB-MT Dashboard é apoiar decisões futuras no enfrentamento da tuberculose.
“Desde minha vivência como profissional de saúde até minhas últimas pesquisas realizadas dentro do EpiGeo-Araguaia, tenho visto o forte impacto desta doença na vida das pessoas. Apesar dos esforços significativos para o seu controle, questões como diagnóstico tardio, interrupção do tratamento e óbitos pela doença permanecem como obstáculos que precisam ser urgentemente superados”, disse em entrevista ao G1.
Apesar dos ótimos resultados, o projeto enfrenta alguns desafios.
“Hoje a verba que conseguimos foi para construir essa ferramenta. Saímos do zero, montamos equipe, pagamos os bolsistas, compramos os computadores. Hoje, nosso laboratório tenta manter ao máximo as tecnologias que a gente faz no ar, mas não tem financiamento e nem dinheiro para isso”, destacou a professora.
Além disso, outra grande barreira a ser superada é a da completude das fichas de notificação. Isso dificulta a análise dos dados.
Mesmo com tantos desafios, o “TB-MT” segue fazendo a diferença e já há planos para desenvolver uma ferramenta com dados de todo o território nacional.
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