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segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Justiça proíbe o presidente da Coreia do Sul de deixar o país

Yoon enviou forças especiais e helicópteros para o Parlamento na noite de 3 de dezembro, antes que os legisladores o obrigassem a revogar o decreto
Por AFP
Foto: JUNG YEON-JE/AFP
O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, não poderá deixar o país, anunciou nesta segunda-feira (9) o Ministério da Justiça, menos de uma semana depois de deixar o país em uma grave crise política ao decretar uma efêmera lei marcial.

Yoon enviou forças especiais e helicópteros para o Parlamento na noite de 3 de dezembro, antes que os legisladores o obrigassem a revogar o decreto.

O presidente impopular, 63 anos, sobreviveu no sábado a uma votação de impeachment no Parlamento, apesar das manifestações de milhares de pessoas que pediram sua renúncia.

Bae Sang-up, secretário dos Serviços de Imigração no Ministério da Justiça, confirmou nesta segunda-feira a proibição de saída do país para o presidente, durante uma audiência no Parlamento.

Yoon levou o país a um cenário de caos político com sua tentativa de minar o comando civil por meio de uma lei marcial que permaneceu em vigor por seis horas, até que os legisladores conseguiram superar o bloqueio militar para entrar no Parlamento e votar a revogação da medida.

A votação obrigou Yoon a recuar e desistir da lei marcial.

– “Segundo golpe”
A oposição da Coreia do Sul acusou nesta segunda-feira (9) o partido governante de orquestrar um “segundo golpe” por apegar-se ao poder e rejeitar o impeachment do presidente Yoon Suk Yeol por declarar lei marcial.

“Não importa como tentem justificar, a essência permanece intacta: isto é o ato ilegal e inconstitucional de uma segunda insurreição e um segundo golpe de Estado”, disse o líder do Partido Democrático, Park Chan-dae, que pediu ao partido no poder que “pare com isto de maneira imediata”.

Segundo a Constituição sul-coreana, o presidente é chefe de Governo e comandante em chefe do Exército, a menos que seja incapacitado ou renuncie, caso em que o poder é repassado interinamente ao primeiro-ministro até que novas eleições sejam organizadas.

Park disse que fingir que Yoon pode permanecer no cargo, mas delegar seus poderes ao primeiro-ministro, que não foi eleito, é uma “violação constitucional flagrante, sem nenhum fundamento legal”.

Investigadores anunciaram a detenção do ex-ministro da Defesa, efetuaram uma operação de busca em seu escritório, determinaram proibições de viagem a vários funcionários de alto escalão e convocaram nesta segunda-feira o general que assumiu o comando da lei marcial para um interrogatório.

Yoon também pode ser convocado a depor, segundo a polícia.

“Não há restrições humanas ou físicas sobre quem pode ser investigado”, disse Woo Jong-soo, comandante de investigação da Agência Nacional de Polícia.

Ele acrescentou que a polícia investigará “segundo a lei e os princípios, sem exceções”.

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