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sábado, 19 de fevereiro de 2022

Tolerância zero com a intolerância

 Por Joaci Góes
Vladimir Putin, presidente da Rússia.
Para a boa amiga Maria Conceição dos Santos, companheira de trabalho.

A satisfação dos apetites individuais, síntese do egoísmo, é o fator fundamental da sobrevivência e do processo evolutivo dos seres vivos, inclusive o humano. Enquanto não encontrar resistência, a satisfação desse apetite avança. O mesmo ocorre com as nações.

Ao longo da vida, temos percebido que só há conflitos interpessoais quando pelo menos uma das partes for intolerante. Sendo as duas intolerantes, o conflito torna-se previsível, para não dizer inevitável. Ao extrapolar essa conclusão para o plano internacional, chegamos ao mesmo raciocínio: para que haja conflitos entre nações, é indispensável que pelo menos uma delas seja intolerante. Isso é tão verdadeiro que nunca houve uma guerra entre duas democracias, por ser o diálogo diplomático ou a tolerância um componente essencial do espírito democrático.

A democracia, no curso de sua longa história, já que o seu simpático, inteligente e sofrido povo sempre viveu sob regimes de força, o Fascismo e o breve interregno de 72 anos de um Comunismo que irrigou o seu solo com o sangue de 59 milhões de vítimas da institucionalizada violência política. Depois da trágica experiência comunista, a Rússia retornou ao antigo leito do Fascismo, regime que de novo só tem o nome, uma vez que, até a Revolução Americana do Século XVIII, todos os povos, no espaço e no tempo, viveram sob a égide do Fascismo em suas diferentes modalidades, variando em torno de um modelo central: Um ditador que se quer carismático, com pleno domínio sobre as forças armadas e a atividade econômica que é confiada a um reduzido número de empresas campeãs, responsáveis pela produção, em regime de monopólio ou oligopólio, dos bens e serviços essenciais, como fez o PT no Brasil.

O tratado de não agressão, assinado entre a Rússia comunista de Stalin e a Alemanha nazista de Hitler, em 1938, foi a bomba relógio que se converteu na Segunda Grande Guerra. A História registra que a Rússia e a China são dois povos tão intolerantes, a ponto de nunca terem conhecido um dia sequer de experiência democrática.

Estimulado pela passividade mundial, diante da recente ocupação da Crimeia, o governante fascista Vladimir Putin decidiu dar o segundo passo, reanexando a rica e infeliz Ucrânia, cujo povo, para sobreviver aos horrores que lhe foram impostos pelo totalitarismo do regime comunista, chegou a recorrer, como fonte de proteínas, aos restos mortais de entes queridos.

Pensamos que a Rússia recuará de seu propósito de anexar a Ucrânia, parte fundamental do projeto de restaurar a base política e territorial da implodida União Soviética, em face da firme reação da OTAN, sob a liderança dos Estados Unidos. Ao momentoso episódio da guerra fria que deixa o mundo sob tensão, aplica-se, à perfeição, a conhecida advertência dos versos de Bertolt Brecht: “Primeiro levaram os negros! Mas não me importei com isso. Eu não sou negro! Em seguida levaram alguns operários! Mas não me importei com isso; eu também não sou operário! Depois, prenderam os miseráveis! Mas não me importei com isso, porque eu não sou miserável. Depois agarraram uns desempregados, mas, como tenho meu emprego, também não me importei! Agora estão me levando; mas já é tarde. Como eu não me importei com ninguém, ninguém se importa comigo. “

É imperioso dar um basta ao fascista Putin.

*Joaci Fonseca de Góes, advogado, jornalista, empresário e ex-deputado federal constituinte.

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