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domingo, 12 de dezembro de 2021

Somos os culpados...

Rio Cachoeira, cortando Itabuna, rumo a Ilhéus
Meado do século passado surgia o maior povoado do mundo “64”! Povoado esse pertencente aos municípios de Porto Seguro e Santa Cruz de Cabrália, que teve um crescimento avassalador onde a economia maior era o comércio da madeira de lei. Tornou-se um polo madeireiro da Mata Atlântica.

Com isso atraiu gente de todas as paragens do Brasil, notadamente os capixabas, do Pará e cidades do sul da Bahia, como Itabuna, Ilhéus, Buerarema, Camacan etc. Na época ainda não contava com a BR-101, que chegou através do Governo Militar nos anos 70.

O comércio da madeira evoluiu tanto que, praticamente, todos os remanescentes da Mata Atlântica, ao longo desses municípios foram destruídos para a venda de madeira. Chamado de “madeiras de lei”. Daí partindo, para todo o estremo-sul da Bahia, quando as derrubadas das árvores fizeram surgir, também, as localidades de Itabela, Itamaraju, Teixeira de Fretas e outras., hoje grandes municípios, atingindo as divisas dos estados de Espirito Santo e Minas Gerais. Transformando os municípios de Itanhém/BA e Nanuque/MG, em grandes polos de gados, após a derrubada das matas.

Aliado a tudo isso, com a chegada das grandes indústrias madeireiras. Criminosamente a Mata Atlântica, nessas regiões, sem nenhum projeto de reflorestamento, as matas foram completamente extintas, “podemos dizer assim”. Isso se ampliou no início das construções das novas rodovias, no início dos anos 70, principalmente a BR- 101 e a BA-367, Eunápolis/Porto Seguro, onde a devastação foi total.

Com quase toda a exterminação da Mata Atlântica, nesses trechos dos novos munícipios, que se estabilizaram com o dinheiro da madeira, hoje todos eles, vivem de uma grande economia, do comércio, serviços, pecuária e hortifrutigranjeiros...

Escrevemos tudo isso, nos tópicos acima, para lembrarmos que quando “a ação humana” mexe discriminadamente com a Natureza, ela sempre aparece, dentro do tempo exato, para cobrar! É o que está acontecendo neste momento, com o aumento do volume de águas das últimas chuvas, com “La Niña”, ou não... Tudo provocado por essa ação das derrubadas discriminadamente das nossas matas; mudança de cursos de rios, construção de barragens e açudes etc. O que já estava escrito nas estrelas, como uma tragédia anunciada.

Ainda criança, lembramos muito bem que em uma aula, de geografia, um professor como exemplo pegou um copo cheio de água, introduziu uma bucha de espuma e, quando, ele retirou a bucha, o copo ficou vazio... Quando o explicou, que a bucha de espuma, seria as nossas matas retendo a água das chuvas e o vazio do copo a terra!

Veja que grande exemplo, para enxergarmos que a derrubada das matas provoca tudo isso ai! Vamos reflorestar as nossas florestas, e devolver à Natureza, o que lhe devemos, só assim vamos dormir em paz.

Deus, não castiga ninguém, nos mesmos é que nos castigamos. Todos nós somos culpados. Seja na Amazônia, seja no sul da Bahia. Tenho dito!

Autodestruição
Plantamos as árvores
Elas crescem, dão frutos
Purificam o ar do planeta
E permanecem...
Nós partimos...!
Elas continuam...

Como já disse o poeta
“Navegar é preciso,
Viver não é preciso”
Mas hoje os barcos do mundo
Estão à deriva
Afundando nos oceanos
Da ignorância humana...

Coitada das árvores!

Os vendavais, os furacões
As tempestades da vida...
Detonaram minha memória
E esconderam as minhas lágrimas...

Joselito dos Reis
12.12.2921

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