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A Igreja Católica da Espanha deve abrir uma investigação sobre o suposto abuso sexual de centenas de crianças por membros do clero que remonta há 80 anos, publicou o jornal El País neste domingo.
A investigação visará as alegações de abusos contra 251 padres e alguns leigos de instituições religiosas, revelou uma reportagem do El País.
O jornal não publicou na íntegra as conclusões da reportagem que levou três anos para ser apurada, mas disse que seu correspondente entregou um dossiê de 385 páginas ao papa Francisco em 2 de dezembro, quando a comitiva papal e jornalistas voavam de Roma para Chipre.
Embora o número de vítimas seja de, pelo menos, 1.237, essa quantidade pode ser ainda maior, afirma a reportagem. As acusações dizem respeito a 31 ordens religiosas e 31 das cerca de 70 dioceses do país. O caso mais antigo data de 1942 e o mais recente de 2018.
A investigação será realizada pela Conferência Episcopal Espanhola, chefiada pelo cardeal Juan Jose Omella, arcebispo de Barcelona, segundo o El País.
Autoridades da conferência episcopal não se pronunciaram sobre o assunto neste domingo.
O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, disse em um comunicado que o papa recebeu a documentação e a encaminhou aos “órgãos competentes para que procedesse de acordo com a lei atual da Igreja”.
Esta foi uma aparente referência à Conferência Episcopal Espanhola e à Congregação do Vaticano para a Doutrina da Fé, que investiga o abuso sexual.
Segundo a atual lei da Igreja, os bispos espanhóis teriam de informar as autoridades civis sobre os casos suspeitos de abuso.
Em novembro, o papa Francisco, que se encontrou com dezenas de vítimas de abuso, agradeceu aos jornalistas por ajudarem a revelar escândalos de abuso sexual clerical.
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