Após sofrer ataques racistas, o influencer baiano Menor Nico acionou o Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), nesta quarta-feira (1º). No pedido, ele foi representado pelo pai, Valderi da Costa Pereira, em documento protocolado pelo advogado Leonardo Britto.
“Fizemos agora o protocolo da representação criminal por injúria racial, na qual nós pedimos que [o MP-BA] notifique o Facebook para apresentar os dados dos usuários que a gente informou, para notificar eles”, disse o advogado ao g1.
“Após [o Facebook] informar os dados, todos os usuários que participaram dessa conduta delituosa serão punidos, de acordo com a lei”, pontou. Segundo Leonardo, o adolescente tem sido acompanhando por uma psicóloga.
“Ele já fazia terapia e continua fazendo, principalmente nesse momento. Ele é muito novo, se não cuidar, isso pode gerar um impacto grande”.
O G1 entrou em contato com o MP-BA, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Menor Nico tem sido alvo constante de racismo nas redes sociais. Na segunda-feira (29), ele compartilhou algumas mensagens com insultos raciais, que recebeu.
O adolescente mora na zona rural de Antônio Cardoso, cidade a 150 quilômetros de Salvador, e ficou famoso com o hit “Amor ou Litrão”. Ele já foi ouvido mais de 84,5 milhões de vezes em uma plataforma de streaming de música. O clipe da canção foi assistido mais de 184 milhões em uma página na internet.
Menor Nico tem 5,1 milhões de seguidores nas redes sociais, mais de 400 vezes o número da população de Antônio Cardoso, que tem cerca de 11.670 habitantes. Na publicação em que denunciou o racismo que sofre, o adolescente desabafou e falou sobre o pesado fardo de ser insultado por ser negro, ainda na adolescência.
Entre as ofensas racistas que recebeu, várias pessoas chamaram o adolescente de “macaco”. Depois de compartilhar com os seguidores as mensagens, o garoto ganhou o apoio de vários artistas, entre eles Carla Perez. “Meu amor, você é amado por todos nós. Essas pessoas maldosas são dignas de pena”, escreveu ela.
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