Foto: Michel Jesus / Câmara dos Deputados
A Covid-19 está atingindo cada vez mais a Câmara dos Deputados. Segundo o El País, o Departamento Médico da Casa recebeu, nesta quinta-feira (18), 20 atestados de funcionários pedindo licença para se tratarem da doença. Esse número foi de 60 na quarta (17). A informação é do vice-presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo, Paulo Cezar Alves.
Desde o início da pandemia até a última semana, foram registrados 482 casos e 21 mortes por Covid-19 na Câmara. Isso resulta em um posicionamento mais engajado do Legislativo sobre a atuação do presidente Jair Bolsonaro durante a crise sanitária. O ápice ocorreu nesta quinta, com a morte do senador Major Olímpio (PSL-SP) (lembre aqui). Senadores já se articulam para definir quais atitudes tomar.
Outros dois senadores já foram vitimados pela doença: José Maranhão e Arolde Oliveira. O Brasil já caminha, a passos largos, para a marca de 300.000 óbitos. Neste contexto, Bolsonaro pretende entrar com ação no Supremo Tribunal Federal contra as medidas impostas por governadores (entenda aqui).
Com trabalho presencial e semipresencial, funcionários sentem-se obrigados a ir trabalhar, pois correm o risco de perder benefícios ou o próprio emprego. Ainda assim, o governo se recusa a divulgar o nome dos trabalhadores que morreram pela Covid-19.
Ainda segundo o El País, a estimativa, baseada em dados enviados pela Câmara e questionamentos da publicação a pastas legislativas, pelo menos 91 servidores públicos foram vítimas da doença, em um horizonte de 4.026 infectados.
O Ministério da Economia registrou 49 mortes. O da Agricultura, 19, e o da Justiça duas. A pasta da Saúde informou apenas o número de casos (33). Entre os outros 19 ministérios, nenhuma informação sobre essa contagem foi fornecida.
Quem determinou a retomada do trabalho presencial na Casa foi no novo presidente, Arthur Lira (PP-AL). Nesta quinta-feira, ele voltou atrás e restringiu a circulação de parlamentares e funcionários pelas próximas duas semanas.
O motivo foi a pressão de parlamentares e do próprio presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). "Precisamos mais do que nunca de uma união nacional, um pacto nacional contra essa doença. Nossa tristeza que estamos sofrendo, com pessoas próximas, é uma tristeza que milhares de pessoas estão sofrendo no Brasil, e é preciso que nós da classe política façamos alguma coisa”, disse Pacheco, em entrevista ao programa Brasil Urgente, da Band.
O líder do Senado possui um pedido de CPI nas mãos para investigar a gestão de Bolsonaro durante a pandemia. Até o momento, contudo, prefere usá-lo apenas como instrumento de pressão política.
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