por Jade Coelho**Foto: Tânia Rego/ Agência Brasil
A bolsa de valores do Brasil opera em queda de cerca de 5% nesta segunda-feira (22). Especialistas atribuem o fato a uma reação do mercado financeiro à decisão do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) de indicar um novo presidente para a Petrobras. Além disso, há rumores de tentativas de interferência na presidência do Banco do Brasil e na política de tarifas no setor de energia.
O economista André Luzbel, da BP Investimentos, explica que a queda da bolsa é um reflexo da queda de três companhias: de 20% das ações da Petrobras, 11% do Banco do Brasil e cerca de 7% da Eletrobras. Além disso, o dólar subiu cerca de 2%.
“A motivação é a irritação pelo fato do presidente Bolsonaro ter anunciado na semana passada a troca de presidente da Petrobras, que seria definida pelo Conselho Administrativo da empresa. Tudo indicava que Castelo Branco seria mantido, só que houve desavença entre ele e Bolsonaro por conta da situação dos caminhoneiros”, esclarece o economista, que atribui o desentendimento a uma falta de comunicação na questão sobre os reajustes do diesel e da gasolina.
O especialista ressalta que o mercado não gosta e sempre reage mal quando um governo intervém no mercado, mesmo em empresas estatais.
A tendência é que num primeiro momento o fundo de investimentos, fundo estrangeiro, e até as pessoas físicas vendam ações, a qualquer preço. “Porque não se sentem confortáveis com uma posição em que a empresa pode ser tocada por indicação do governo”, complementou André Luzbel.
O cenário afeta ações não só das empresas estatais, mas o mercado como todo, porque começa a aumentar o Risco Brasil.
A tendência é que nos próximos dias o mercado “entre em pânico e euforia”. As notícias veiculadas nesse período podem interferir para o bem ou para o mal, ressalta o economista.
“O que temos feitos aqui, dado cenário de incerteza? A gente tem aproveitado a queda das ações para comprar empresas que não estão ligadas ao governo”, disse.
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