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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Quarta queda para a Série B em 12 anos revela circulo vicioso de erros do Vasco

 Maior vencedor da história do Brasileiro, Luxa, dessa vez, não conseguiu evitar a degola do Vasco 
De tetracampeão brasileiro, o Vasco amarga o quarto rebaixamento na história no período de 12 anos
ESTADÃO CONTEÚDO**POR MARCELO BEROLDO
Rio - Com quatro rebaixamentos no curto intervalo de 12 anos, o Vasco tem cultivado um círculo vicioso com a Série B do Campeonato Brasileiro. A queda referente a edição de 2020 é um doloroso 'déjà vu' para o torcedor e não foi decretada no empate com o Corinthians. Com uma dívida calculada em R$ 720 milhões, de acordo Jorge Salgado, atual presidente, o clube paga um preço alto de uma herança maldita acumulada de más gestões nas últimas duas décadas: disputas políticas, atraso no pagamento de salário, contratações equivocadas, 'rodízio' no comando técnico...
Com o orçamento limitado, o Vasco, a exemplo do Botafogo, ficou atrás na corrida por reforços numa longa e dura temporada influenciada pela pandemia do novo coronavírus. A versão 2020/21 não deu liga. As evidentes carências superaram à criatividade e capacidade de estratégia de Abel Braga, Ramon Menezes, Ricardo Sá Pinto e Vanderlei Luxemburgo, técnicos que comandaram desde o início de 2020. Maior campeão brasileiro entre os treinadores, com cinco títulos, Luxa fracassou na missão, com uma triste atualização no vencedor currículo com o inédito rebaixamento na carreira.

Tetracampeão brasileiro, o Vasco chegou chegou a ser líder na quarta rodada. Depois do auge, o 'Ramonismo' caiu na 14ª rodada com a demissão de Ramon Menezes, em outubro. Substituto de Abelão, que pediu demissão em maio, em meio ao Carioca. A impaciência da diretoria e pressão da torcida pela queda de produção em campo minaram o trabalho de Ramon, o mais consistente, com aproveitamento de 52%.
O problema não estava no comando técnico. A aventura do português Ricardo Sá Pinto à frente do Vasco durou 15 jogos e aproveitamento de 33%. A falta de padrão tático e a dependência do brilho da dupla argentina Benítez/Cano, o Vasco se mostrou previsível e pouco eficiente, até mesmo em casa. Com aproveitamento de apenas 42,5% em casa, o Vasco não transformou São Januário em caldeirão.

Derrotas para concorrentes diretos como Coritiba, pesaram na hora de fazer as contas. Herói em 2019, Vanderlei Luxemburgo não fugiu da missão 'impossível'. Anunciado em dezembro, Luxa chegou tarde demais e não conseguiu solucionar os problemas que seus antecessores fracassaram e se despediu da Colina sem deixar saudade dessa vez. No mercado, a diretoria avalia nomes que não se limitem ao perfil da Série B. O futuro técnico será o responsável por uma ampla reformulação, com foco nos destaques da base.
A disputa pelo poder nos bastidores políticos em nada ajudou a mudança de horizonte ao longo da temporada. A passagem de bastão de Alexandre Campello para Jorge Salgado foi confirmada na Justiça, mas não encerrou a disputa com o advogado Luiz Roberto Leven Siano pelo cargo administrativo do clube. Com previsão de perda de receita com no valor que gira entre R$ 60 e R$ 100 milhões, referentes aos direitos de transmissão, o Vasco iniciou um novo processo de reconstrução.

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