por Mari Leal***Foto: Alberto Maraux/SSP-BA
A estrutura remuneratória da Polícia Civil da Bahia (PC-BA) está entre as cinco piores do Brasil. A observação se aplica a cargos como os de delegado, escrivão e investigador e o dado resulta de uma compilação feita pelo Sindicato dos Delegados de Polícia Civil de São Paulo (Sindipesp).
Conforme o ranking levantado por aquela instituição representativa, no que tange à remuneração, os delegados e as delegadas, por exemplo, que ingressarem na polícia paulista neste 2021 terão a pior remuneração do Brasil, valor correspondente a R$ 10.382,48. A Bahia, neste caso, ocupa a 24ª posição, em um comparativo que considera os 26 estados mais o Distrito Federal, com remuneração inicial de R$ 11.608,71. Dentre os estado das regiões Norte e Nordeste, a Bahia só está à frente do estado de Sergipe, que ocupa a 25ª posição neste ranking.
Nas primeiras cinco posições estão o Mato Grosso (R$ 24.451,11); Goiás (R$ 21.615,12); Alagoas (R$ 20.944,97); Rio Grande do Sul (R$ 20.353,06) e Pernambuco (R$ 19.793,57).
A Bahia permanece na mesma posição quando comparados os salários aplicados no cargo de escrivão. O Estado tem remuneração inicial de R$ 3.969,56. O primeiro lugar nesta categoria é ocupado pelo Amazonas, com salário de R$ 9.613,14. Para os investigadores a PC-BA a remuneração inicial é semelhante à do escrivão, porém o estado avança para a 22ª posição. Também nesta categoria o Amazonas lidera, com salário semelhante ao da categoria anterior.
Para Fabio Lordello, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia da Bahia (ADPEB), os números denotam o estado de “abandono” que a instituição vive na Bahia. Segundo ele, a inexistência de reajuste dos últimos seis anos – período em que a Bahia é gerida por Rui Costa (PT) – explica o contexto de desvalorização remuneratória.
“A situação remuneratória dos delegados de polícia no estado da Bahia é a pior possível. Quando o governador do estado [Rui Costa] assumiu o governo nós estávamos entre os seis melhores estados em relação à remuneração. Hoje estamos nesta situação vexatória. Há um achatamento remuneratório nítido e isso tem causado grande insatisfação”, enfatiza Lordello.
O presidente relata que ainda a dificuldade de diálogo com o governo do Estado nos últimos anos, mas afirma que está, novamente, buscando abrir espaços de negociação. Segundo ele, a intenção é mostrar a real situação vivida pelos profissionais para “a médio e longo prazo vislumbrar melhores dias para a categoria”.
Contactada pelo Bahia Notícias, a Polícia Civil não conseguiu encaminhar posicionamento até a finalização da matéria.
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