Polícia Federal já está em contato com os advogados da defesa do ex-presidente para cumprir decisão do STF
Julgamentos de recursos pendentes no Supremo pedem anulação dos processos abertos pela Lava Jato de Moro e Dallagnol - Foto: José Eduardo Bernardes/Brasil de Fato
Até o fim da semana a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve receber as mensagens vazadas da operação Lava Jato. A Polícia Federal já está em contato com os advogados da defesa.
O acesso às mensagens foi determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski no final de dezembro, mas a decisão só foi cumprida na última terça-feira (5), após intimação do juiz plantonista da 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal.
A análise das conversas será feita pelo advogado Cristiano Zanin Martins e pelo perito Cláudio Wagner, que também examinou os sistemas da Odebrecht na PF de Curitiba (PR) em 2018. As informações são da coluna da jornalista Mônica Bergamo, no jornal Folha de S.Paulo.
Na ocasião, a perícia realizada por Wagner identificou que a quantia de R$ 700 mil atribuída pelos delatores da empreiteira a obras do sítio de Atibaia (SP) teve como destino o próprio setor de propinas da Odebrecht.
As gravações dessas mensagens foram divulgadas em primeira mão pelo The Intercept Brasil, na chamada Vaza Jato. “Esse é um aspecto importante para o HC (o Habeas Corpus 164493) que trata da suspeição do ex-juiz Sergio Moro”, diz a defesa de Lula, destacando que esse HC foi impetrado em novembro de 2018 e não se baseia na Vaza Jato. “E sim nos fatos que colecionamos ao longo do tempo e que mostram a parcialidade de Moro. Mas em 2019 pedimos ao STF para que levasse em consideração também a Vaza Jato e seu teor público e notório.”
O ministro Lewandowski cita, em sua decisão, relatório da Polícia Federal que informa terem sido devidamente periciados os dados apreendidos e a autenticidade comprovada. “A decisão do Ministro reforça que as mensagens são autênticas e reforça o caráter probatório da Vaza Jato – que são públicas e notórias e por isso podem e devem serem levadas em consideração no julgamento da suspeição.”
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