Movimentos de pais, médicos e escolas preparam uma mobilização nacional para o próximo sábado (16) para reivindicar a volta das aulas presenciais.
Estão confirmadas até o momento carreatas em 27 cidades, entre elas as capitais Belo Horizonte, João Pessoa, Maceió, Porto Velho, Salvador, São Paulo e Vitória.
A ideia de articular com outras cidades a realização das mobilizações, que já ocorreram anteriormente de forma dispersa, partiu do movimento de pais de Minas Gerais, que tem a gerente comercial Sheila Freire à frente.
Ela começou a agrupar outros pais em torno da ideia após sua filha de seis anos começar a apresentar sinais de ansiedade e parar de comer em meio ao isolamento prolongado.
“Ao falar com outras famílias, percebi que era uma situação generalizada”, diz.
Os grupos de pais e escolas elencam argumentos também divulgados em um manifesto de pediatras pela volta às aulas. Eles listam estudos que mostram, em essência, que as crianças adoecem menos e não são supertransmissoras do vírus, como se pensava no início da pandemia –pelo contrário, desde que cumpridos os protocolos de segurança nas escolas, é possível evitar a transmissão entre elas.
Afirmam também que a sala de aula é um ambiente mais seguro para elas do que shoppings, restaurantes e outros estabelecimentos que já reabriram e aos quais elas têm sido levadas com suas famílias.
O fechamento das escolas também tem sido associado ao aumento da desigualdade educacional, ao abandono escolar e a transtornos de saúde mental, em especial ansiedade.
O intervalo de dez meses sem aulas presenciais coloca o Brasil na contramão do que ocorre em países da Europa e da Ásia e em diversos estados dos EUA, que já as retomaram em algum momento desde o início da pandemia.
O Reino Unido, por outro lado, voltou atrás no início do ano e ordenou o fechamento da maior parte das unidades escolares do país devido à circulação de uma nova e mais transmissível cepa do vírus.
Em São Paulo, a gestão do governador João Doria (PSDB) prevê o início do ano letivo, com atividades obrigatoriamente presenciais, para o dia 4 de fevereiro. A Apeoesp, sindicato dos professores da rede estadual, promete greve se isso ocorrer.
A liberação, porém, depende dos prefeitos. Na capital paulista, a gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB) ainda não definiu se o retorno será com atividades escolares remotas ou não.
Na capital paulista, a carreta tem por ora cem carros confirmados, segundo Ricardo Florêncio, dono da escola Laura Florêncio, na zona norte, que está à frente da organização. São esperados 200 veículos.
O grupo sairá do estádio do Pacaembu e passará por pontos como a Câmara Municipal, a Assembleia Legislativa e a avenida Paulista.
As outras cidades com carreatas programas são Barbacena (MG), Bauru (SP), Cabo Frio (RJ), Feira de Santana (BA), Governador Valadares (MG), Gurupi (TO), Ipatinga (MG), Itabuna (BA), Itajubá (MG), Lagoa Santa (MG), Maringá (PR), Montes Claros (MG), Niterói (RJ), Patos (PB), Ponta Grossa (PR), Pouso Alegre (MG), São João Del Rey (MG), Sete Lagoas (MG), Sobral (CE) e Uberlândia (MG). Fonte: BN
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