O médico infectologista Fernando Romero, da Santa Casa de Misericórdia, afirma que Itabuna pode atingir, novamente, nos próximos 15 dias, o pico de casos de novo coronavírus registrado ano passado. O especialista alerta que a tendência para os próximos dias é de crescimento continuado na quantidade de infectados e internados em hospitais do sul da Bahia.
O infectologista destaca que, embora a quantidade de casos confirmados de novo coronavírus já seja alto hoje, Itabuna ainda não está vivendo o pior momento da pandemia neste ano. “Talvez, em duas semanas estejamos vivendo situação similar a registrada entre final de maio e o início do segundo semestre de 2020”, afirma o médico. Ele ressalta que Itabuna não está vivendo uma segunda “onda”, mas a continuidade da pandemia do ano passado, pois o Hospital Calixto Midlej Filho nunca deixou atender pacientes positivados para a Covid-19. “O que houve foi uma queda acentuada no número de infectados no terceiro trimestre do ano passado. Mas essa redução foi por um curto período de tempo”, relata.
O infectologista diz que o número de casos voltaram a crescer porque as pessoas relaxaram com as medidas de segurança. “Voltaram a aglomerar, deixaram de usar máscara e adotar outros cuidados. Esse relaxamento não pode acontecer. Quando isso ocorre, é certo que vai aumentar o número de infectados. Quem relaxa quase sempre são pessoas mais jovens, sem comorbidades, que acabam se contaminando e infectando pessoas em idade avançada, e que quase sempre tem o seu quadro agravado”, observa.
Fernando Romero recomenda que as pessoas não deixem de se vacinar por causa de fakes news e das informações desencontradas. Ele explica que, se o índice médio de eficiência da vacina contra a Covid-19 for na faixa dos 50%, já vale muito a pena a imunização. “O resultado será muito positivo. É preciso que as pessoas sejam imunizadas para que o vírus seja controlado”. Para quem ainda tem dúvida da eficácia dos imunizantes contra a Covid-19, o médico usa o exemplo de vacinas da influenza que têm taxa entre 40 e 60% de eficácia, mas apresenta resultados altamente positivos para a população. “A vacina do coronavírus está neste patamar. A grande sacada da vacina é a imunidade de rebanho. Ou seja, quanto mais pessoas imunes, com menos capacidade de ficarem infectadas, haverá menos transmissão do vírus”.
De acordo com o médico, com a população imunizada, poderiam ser retomadas todas as atividades com menos riscos das pessoas ficarem em estado grave. “Facilitaria a reabertura de comércio, escolas e retomada a produção de 100% na indústria. A imunidade de rebanho possibilitará a volta de uma vida normal”.
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