por Lula Bonfim**Foto: Divulgação / Instituto Butantan
A Bahia recebeu 376.600 doses da Coronavac, imunizante do grupo chinês Sinovac contra a Covid-19. A quantidade é suficiente para vacinar apenas 10,46% dos grupos prioritários previstos na fase 1 da campanha de vacinação. A baixa disponibilidade de vacinas obrigou os governantes locais a criarem uma nova hierarquização das prioridades.
“Hoje, é um fato que já está publicizado, de que o número de doses veio em uma quantidade pequena. Então, mesmo nos grupos que estavam listados para a primeira fase, eles não estão sendo atendidos em sua completude neste momento. É como se a gente tivesse que subdividir a prioridade”, afirmou a infectologista Miralba Freire, presidente da Sociedade Baiana de Infectologia.
O governo do estado previa vacinar 1.791.438 pessoas na primeira fase da imunização, entre trabalhadores da saúde, idosos a partir de 75 anos, idosos de instituições de longa permanência (abrigos, asilos e casas de repouso), indígenas e povos de comunidades tradicionais. Cada um receberia duas doses da Coronavac. Entretanto, a quantidade de vacinas disponível alterou os planos da gestão estadual, que agora prevê imunizar 188.300 baianos.
“Então nem todos os grupos de risco estão nesta primeira fase, mas foram priorizadas as unidades de mais alto risco, em relação aos trabalhadores, que serão os da linha de frente de enfrentamento à Covid-19, e às populações também. Foram os idosos institucionalizados, mas ainda não entraram todos os idosos”, explicou Miralba.
Para a infectologista, a situação está longe de ser a desejada, porque a lentidão da vacinação não gera um impacto grande na velocidade da contaminação pelo novo coronavírus. Entretanto, Miralba afirma que a hierarquização é o melhor caminho diante da quantidade de doses disponíveis no país neste momento, protegendo aqueles que mais precisam, diante da vulnerabilidade.
“O ideal é que tenhamos uma vacinação maior. O impacto maior será quando você conseguir imunizar determinados grupos em uma quantidade maior. A hierarquização é inevitável, porque tem que haver algum critério de priorização em relação a risco maior. Não é a situação ideal, mas é o que é possível no momento”, concluiu a especialista.
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