Foto: Agência Brasil
O recorde de abstenção no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2020, no último domingo (17), gerou um desperdício de R$ 332,5 milhões aos cofres públicos. Ao todo, 2,84 milhões de alunos deixaram de comparecer à prova, o equivalente a mais da metade dos inscritos (51,5%), apenas no primeiro dia de aplicação do exame.
Segundo o jornal O Globo, o custo da prova este ano foi de R$ 117 por aluno. O cálculo é feito todos os anos pelo Ministério da Educação, considerando o valor global gasto para a aplicação do Enem dividido pelo total de inscritos.
Segundo especialistas, o recorde de faltosos foi resultado da insistência do governo federal em manter a execução da prova em meio ao crescimento de casos e mortes por Covid-19. Além do receio de contaminação em todo o país, a Justiça proibiu que o Enem fosse aplicado em todo o estado do Amazonas.
Ouvido pelo jornal, o especialista em educação e políticas públicas da PUC-Rio, Miguel Rugento, acredita que a manutenção da prova em fevereiro beneficiou os alunos com melhores condições financeiras. "Esses tiveram um ano letivo, ainda que remoto, enquanto sabemos que muitos estudantes de escolas públicas não tiveram o mesmo privilégio. A alta abstenção mostra que a decisão do governo foi equivocada, e as desigualdades educacionais vão ser alargadas. E o risco de contágio existiu", avaliou.
Por isso, a Defensoria Pública da União protocolou nesta segunda-feira (18) um pedido para que o segundo dia de prova, marcado para o próximo domingo (24), seja adiado, e para que todos os candidatos que faltaram possam reaplicar o exame em outra oportunidade (veja aqui).
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