Por Rinaldo de Oliveira, da redação do SóNotíciaBoa
Casal segurando os dedos - Foto: Tú Anh / Pixabay
“Nenhuma relação resiste a cobrador batendo na porta”. A frase popular é antiga. Mas e nesses dias de pandemia e desemprego, tem como evitar brigas de casal e separação por causa de dinheiro? Tem sim!
O educador financeiro Reinaldo Domingos ensina 10 dicas para evitar que as dificuldades financeiras – que geralmente são passageiras – estraguem a união entre duas pessoas que se gostam. (veja abaixo)
Presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros – Abefin -, ele disse ao SóNoticiaBoa que “a primeira orientação em relação ao tratamento do dinheiro do casal é sempre muito diálogo, principalmente nesse período de crise, quando as pessoas estão mais nervosas […]
Nunca “jogue na cara” quem ganha mais e quem ganha menos.
“Quando se opta pelo casamento, é preciso não discriminar quem ganha mais ou menos. Trata-se de uma família e, neste caso, a receita deve ser pensada e somada para todos que dela participam. Assim, se deve definir um limite de gasto para cada um e fazer com que ele seja respeitado. Caso isso não ocorra, deverá ser motivo de diálogo”.
Reinaldo também orienta que o mais adequado é “construir um orçamento familiar baseado nos sonhos e objetivos da família, com regras financeiras a serem seguidas, como quem paga o quê”.
“É possível [também] ter uma conta conjunta para que esses compromissos sejam pagos. Porém, acredito que seja interessante avaliar a possibilidade de cada um ter sua conta corrente, definindo os limites, pois cada um pode ter seus próprios gastos”, disse.
E ponha os sonhos e desejos do casal acima da questão financeira.
“O segredo é colocar tudo na mesa, nunca esquecendo que o assunto mais importante a ser conversado não são as despesas, e sim os sonhos e desejos individuais e coletivos. É muito comum os sonhos serem deixados de lado, mas, acredite, esse é um erro capital de milhões de casais”, alertou Reinaldo Domingos.
E ele ensina a estabelecer três sonhos: “um curto (até um ano), médio (de um a dez) e longo prazo (acima de dez anos) -, todos acompanhados de informações básicas, como quanto custa e quanto será guardado mensalmente. Caso contrário, não serão sonhos, e sim verdadeiros pesadelos para o casal, podendo “esfriar o relacionamento”, lembrou.
E quando só um dos parceiros tem trabalho externo, ele lembra que é preciso se preocupar com a vida financeira a longo prazo, no caso a aposentadoria.
10 passos para evitar brigas por dinheiro
1-Não fique comparando quem ganha mais ou menos.
2-Faça reuniões frequentes para debater as finanças, mas em vez de tensão o momento tem que ser de projeção.
3-Tenha diálogo e estabeleça junto com o parceiro(a) os limites de gastos para cada um.
4-Defina quem paga cada uma das contas, caso não tenham conta conjunta.
5-Faça um diagnóstico financeiro e, com os números reais da vida financeira, ajuste o padrão do casal dentro dessa lógica.
6-Estabeleça sonhos de curto, médio e longo prazos, lembrando que é preciso ter objetivos coletivos e individuais.
7-Se um dos parceiros fez alguma ação errada em relação ao dinheiro, esfrie a cabeça e converse depois que refletir sobre o ocorrido. Contudo, não finja que nada ocorreu, guardar pode causar “estouros” futuros.
8-Se o parceiro for acomodado, é importante entender que cada um possui um estilo. Busque de um meio termo, com regras bem estabelecidas e não fique batendo sempre na mesma tecla.
9-Se tiver filhos, é preciso incluí-los na conversa sobre dinheiro e chegar a um acordo sobre como será a educação deles em relação às finanças.
10-Nas dificuldades é que vemos com quem realmente podemos contar. Em vez do distanciamento, busque ficar mais perto de quem você gosta
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