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sábado, 24 de outubro de 2020

Novo órgão descoberto no corpo humano pode ajudar contra câncer

Novas glândulas - Foto: reprodução / NKI
Cientistas da Holanda descobriram um novo órgão no corpo humano e acreditam que o achado será útil em tratamentos contra o câncer, para aumentar a qualidade de vida de pacientes submetidos à radiação.

O oncologista Wouter Vogel e o cirurgião Matthijs Valstar desenvolviam um novo método de exames, quando descobriram duas novas glândulas salivares.

O par de glândulas fica entre o fim da cavidade nasal e o começo da garganta, ou seja, na parte posterior da nasofaringe.

Após a descoberta inédita – a primeira do gênero em 300 anos – a dupla do Instituto do Câncer da Holanda, se uniu a cientistas da Centro Médico Universitário de Utrecht para analisar os órgãos.

Os estudos foram divulgados na última sexta, 16, na revista científica Radiotherapy & Oncology

“Pelo que sabíamos, as únicas glândulas salivares ou mucosas da nasofaringe eram microscopicamente pequenas”, afirmou Vogel, em comunicado.

Ele explicou que até mil dessas pequenas glândulas podem estar espalhadas pela mucosa. “Então, imagine nossa surpresa quando encontramos [as duas glândulas maiores].”

Como
Os pesquisadores analisaram 100 pessoas que tinham feito exames após terem sido diagnosticadas com câncer de próstata e encontraram por acaso as novas glândulas.

As imagens em alta definição dos tecidos do corpo mostraram duas estruturas diferentes no centro da cabeça.

“Nós as chamamos de glândulas tubárias, em referência a sua localização anatômica”, contou Vogel.

Câncer
Os cientistas decidiram investigar se a radiação usada em tratamentos contra o câncer poderia causar complicações ao atingir essas “novas” glândulas.

Eles se uniram a colegas do Centro Médico Universitário de Groningen e analisaram dados de 723 pacientes submetidos a tratamentos do tipo — e aí veio mais uma surpresa.

De acordo com a análise, quanto mais radiação fornecida a essas glândulas recém-descobertas, mais complicações os sujeitos experimentaram após o tratamento.

“Nosso próximo passo é descobrir como podemos poupar melhor essas novas glândulas e em quais pacientes”, apontou Vogel.

“Se pudermos fazer isso, os pacientes poderão sentir menos efeitos colaterais, o que beneficiará sua qualidade de vida geral após o tratamento.”

Agora os cientistas querem expandir o estudo pra confirmar se as glândulas realmente são desconhecidas.   Com informações da Radiotherapy & Oncology e Metrópoles

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