Foto: Reprodução / Oscar Cabral
A Operação Será ganhou desdobramentos nesta terça-feira (27). Os produtores musicais que trabalharam com o cantor Renato Russo em vida e após a morte, em 1996, negaram que as canções citadas no relatório encontrado durante o cumprimento de mandados nesta segunda-feira (veja aqui) sejam inéditas.
Segundo o G1, um dos alvos da investigação, que está sob responsabilidade da Delegacia de Repressão a Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), é o advogado, escritor e pesquisador Marcelo Fróes, idealizador de álbuns póstumos do ex-vocalista da Legião Urbana.
Ouvido pela polícia, Fróes negou ter se apropriado indevidamente de obras de Renato. De acordo com ele, as faixas mencionadas não se tratam de obras nunca divulgadas, mas sim gravações inéditas de canções já lançadas.
Carlos Trilha, que assina a produção dos álbuns solo de Renato Russo, comentou o caso, também afirmando que não existem músicas inéditas. Ele ainda reforçou a versão de Fróes dizendo que as obras citadas no relatório podem ser remixagens e letras nunca usadas, que estariam sendo musicadas por outros artistas.
O produtor contou ter entregado à família do músico, em 2002, um documento com o levantamento de músicas achadas em uma gravadora e em acervos pessoais. Conforme explicou ao site, nessa relação de materiais não há qualquer citação a canções que sejam desconhecidas pelo público. "Até porque, se existissem, já teriam sido lançadas no passado", afirmou.
"É fundamental que as pessoas entendam a diferença entre música inédita, aquela totalmente nova, que ninguém nunca ouviu, e gravação inédita, que é a música já conhecida, gravada de uma forma diferente", ressaltou.
"Se falarmos em gravações de músicas já conhecidas, posso afirmar que existem muito mais do que 30 inéditas. Há muito material guardado, que também tem um altíssimo valor histórico". Para ele, a operação policial é "fruto de uma falha de comunicação".
Segundo os investigadores, o estúdio onde o relatório foi encontrado prestou serviços para uma gravadora. O delegado Mauricio Demétrio, titular da DRCPIM, considerou o "cumprimento do mandado de busca e apreensões foi altamente produtivo e conseguimos provas robustas, que em breve vão ajudar a esclarecer toda a verdade sobre o que estava acontecendo". "Tem pelo menos 30 músicas em versões inéditas", completou.
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