Um médico brasileiro voluntário dos testes clínicos da vacina desenvolvida pela Universidade Oxford e pelo laboratório AstraZeneca morreu por complicações de covid-19 na última quinta-feira (15), segundo informou o jornal O Globo nesta quarta (21).
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi informada oficialmente da morte nesta segunda (19). Até o momento, não foi divulgado se o voluntário recebeu uma dose placebo ou uma dose do imunizante desenvolvido pelo laboratório.
O médico voluntário tinha 28 anos e, desde março, participava do atendimento de pacientes infectados pelo novo coronavírus em UTIs e emergências de um hospital privado e em outro da rede municipal no Rio de Janeiro. A morte chocou os amigos e familiares. O médico não tinha comorbidades e, segundo o jornal O Globo, tomou uma dose da AstraZeneca/Oxford no fim de julho.
Ele ficou doente em setembro, o quadro se agravou e ele morreu no mês de outubro. Ele era ex-aluno de medicina e muito querido na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde se formou em 2019, segundo a publicação. A Anvisa informou que o caso está sob investigação. O Comitê Internacional de Avaliação de Segurança sugeriu o prosseguimento dos estudos com a vacina.
Em nota, a Anvisa disse que “com base nos compromissos de confidencialidade ética previstos no protocolo, as agências reguladoras envolvidas recebem dados parciais referentes à investigação realizada por esse comitê, que sugeriu pelo prosseguimento do estudo. Assim, o processo permanece em avaliação.” Ainda de acordo com a publicação, a informação é de que a morte do médico não teria relação direta com a vacina.
O Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), responsável pelos testes no Rio de Janeiro, informa que: “seguindo normas internacionais de pesquisa clínica e respeitando os critérios de confidencialidade dos dados médicos, não podemos confirmar publicamente a participação de nenhum voluntário no estudo clínico com a vacina de Oxford" E que "gostaríamos de informar que, após a inclusão de mais de 20 mil participantes nos testes ao redor do mundo, todas as condições médicas registradas foram cuidadosamente avaliadas pelo comitê independente de segurança, pelas equipes de investigadores e autoridades regulatórias locais e internacionais.
A análise rigorosa dos dados colhidos até o momento não trouxe qualquer dúvida com relação à segurança do estudo, recomenda-se sua continuidade. Vale lembrar que se trata de um estudo randomizado e cego, no qual 50% dos voluntários recebem o imunizante produzido por Oxford. No Brasil, até o presente momento, já foram vacinados aproximadamente 8.000 voluntários.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário