Foto: Getty Images
Olhe por uma nesga da porta do quarto de seu filho: sete em cada dez adolescentes utilizam algum aparelho eletrônico antes de dormir.
O impacto negativo desse hábito na qualidade do sono foi sempre uma certeza dos pais, mas não havia comprovação científica tão certeira.
O maior estudo já conduzido sobre o assunto, publicado na revista científica Environment International, decretou o fim das dúvidas: sim, usar smartphones, tablets, laptops e videogames na escuridão do quarto antes de dormir afeta seriamente a qualidade do sono.
Ficar conectado no breu até uma hora antes de dormir é ainda pior do que fazê-lo com a luz do quarto acesa. Cinco vezes pior.
O efeito prejudicial do uso de telas no escuro tem uma base fisiológica e outra comportamental. A fisiológica: quando a luz do quarto está apagada, a pupila se dilata, e os olhos ficam ainda mais expostos à incidência da claridade proveniente das telas, chamada de “luz azul”.
É um tipo de luz com grande interferência no organismo porque a cor azul inibe a produção do hormônio que induz o sono, a melatonina. Tal substância é essencial para regular o ciclo de sono e vigília.
Alguns modelos de celular já vêm com uma película de proteção contra essa fonte luminosa ou estão equipados para neutralizar a luz azul à noite — o objetivo dessas novidades é diminuir quase totalmente a emissão de luz azul, filtrando-a.
Agora, a base comportamental: a luz apagada “engana” os pais. “O adolescente que fica no quarto escuro, em tese, não estaria mais acordado, e os pais não desconfiam que possa estar conectado nos aparelhos”, diz a neurologista Andrea Bacelar, da Associação Brasileira do Sono (meninos e meninas, desculpem-nos pela revelação, mas saibam que era um segredo de polichinelo).
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