Viagem de Jair Bolsonaro aos EUA
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) pediu desculpas hoje por ter dito que os imigrantes nos Estados Unidos têm más intenções.
Em entrevista veiculada ontem à noite pelo canal americano Fox News, o presidente disse apoiar a ideia de Donald Trump em construir um muro na fronteira dos Estados Unidos com o México e afirmou que a maioria dos imigrantes não tem boas intenções.
"Aquilo foi um equívoco meu. Boa parte tem boas intenções. A menor parte, não. Houve um equívoco da minha parte, peço desculpas aí. Agora, tem muita gente que está de forma ilegal aqui e isso é uma questão política interna deles. Não é nossa. Eu também gostaria que no Brasil só tivesse estrangeiros legalizados e não de forma ilegal, como existe muita gente nessa situação no Brasil. Me desculpe mais uma vez o equívoco, o ato falho que cometi no dia de ontem", declarou ao ser questionado sobre o assunto.
Bem humorado, o presidente falou com a imprensa brasileira após se encontrar com o presidente americano na Casa Branca. Ele disse que a visita foi "excelente" e relatou ter sido "muito bem tratado".
Bolsonaro exaltou os acordos fechados, como o do uso comercial da Base de Alcântara para o lançamento de satélites americanos, e disse que muitas portas foram abertas. "Na conversa reservada é muita informalidade e acredito que o Brasil selou um momento de grandes coisas para a nossa pátria", falou.
Em relação ao apoio americano à entrada do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), Bolsonaro lembrou que este é um antigo pleito dos empresários brasileiros e Trump se disse pronto a apoiar o país.
Bolsonaro negou que o Brasil tenha "cedido demais" aos EUA e recebido pouco em retorno. Não houve, por exemplo, reciprocidade na isenção de vistos de turista para os brasileiros. Ele justificou dizendo que "a gente não vê nenhum americano indo para o Brasil para ganhar aí estabilidade via CLT, buscar emprego lá". O presidente também justificou o acordo de Alcântara pelo fato de o local estar ocioso e deficitário.
"Alguém tem de estender o braço em primeiro lugar, né? Estender a mão em primeiro lugar. E fomos nós", disse.
Bolsonaro voltou a se recusar a dizer o que foi tratado sobre a crise política e econômica na Venezuela, mas disse que a diplomacia está "em primeiro lugar até as últimas consequências". Mais cedo, ele não descartou apoiar uma eventual intervenção militar dos Estados Unidos no país sob o regime ditatorial de Nicolás Maduro. Trump teria dito a Bolsonaro que todas as possibilidades continuam sob a mesa.
O presidente brasileiro disse que aproveitou a oportunidade para convidar Trump a realizar uma visita oficial de Estado ao Brasil. Não há, porém, previsão de data.
Sorrindo, Bolsonaro disse não poder revelar um momento de descontração junto a Trump durante o encontro fechado. No entanto, relatou terem gargalhado, comentado ter muita coisa em comum, como o fato de terem cinco filhos e "alguns problemas", e tê-lo chamado de jovem.
"A única brincadeira que fiz com ele é que o chamei de jovem. Falei para a tradutora 'cuidado com o que você vai falar agora.' Por quê tô [sic] achando ele jovem. Nós temos a idade da mulher que amamos. É só isso e mais nada. Tá ok?", finalizou, aos risos, antes de se voltar à Blair House.
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