por Natália Cancian | Folhapress**Foto: Divulgação / Portal Brasil
Após sucessivos atrasos, o Ministério da Saúde abriu nesta quarta-feira (13) uma nova rodada de seleção do programa Mais Médicos para brasileiros formados no exterior. Ao todo, foram selecionados profissionais para 1.397 vagas ainda disponíveis desde a saída de médicos cubanos do programa, há três meses.
Segundo o ministério, o sistema foi aberto às 8h. Em menos de 40 minutos, não havia mais vagas disponíveis.
Agora, os médicos terão novo prazo para se apresentarem aos municípios. Caso as vagas não sejam preenchidas, nova seleção deverá ser feita para médicos estrangeiros.
Essa é a terceira tentativa da pasta em ocupar os postos que ficaram vagos após o fim da participação de Cuba no Mais Médicos, anunciado em 14 de novembro.
A decisão do governo do país caribenho foi atribuída a críticas do então presidente eleito, Jair Bolsonaro, sobre a qualidade de formação destes profissionais e a possibilidade de mudanças no programa.
Na época, Bolsonaro indicou que passaria a exigir revalidação do diploma para atuação de médicos estrangeiros no Mais Médicos. A medida, porém, ainda não foi exigida nesta etapa, voltada aos brasileiros formados no exterior.
Ao todo, 8.517 vagas foram abertas após a saída dos médicos cubanos. Desde então, o ministério vem enfrentando dificuldades para preencher todas as vagas. Em alguns casos, médicos chegaram a selecionar os postos, mas desistiram antes do início das atividades. Outras não tiveram selecionados.
Ao mesmo tempo em que busca preencher todas as vagas dos médicos cubanos, o Mais Médicos está na mira de mudanças. Segundo o ministério, a previsão é que, finalizado o processo de seleção para os postos ainda vagos, novos editais não sejam abertos.
Em entrevista à Folha de S.Paulo na última semana, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirma que a pasta deverá avaliar novas formas de levar médicos ao interior do país e critérios para definir quais municípios precisam de ajuda federal.
Segundo ele, a tendência é manter políticas federais de apoio para levar médicos ao que chama de “Brasil profundo”, o que incluiria áreas mais distantes dos centros urbanos e comunidades ribeirinhas, por exemplo. Já outras cidades podem ter essa participação reavaliada.
“Acho que não tem hipótese da União não fazer a seleção e disponibilizar os médicos para essas cidades do Brasil profundo. Mas temos que discutir esse Brasil intermediário”, afirmou.
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