Foto: Beto Macário/UOL
Um peixinho é a nova arma de um pequeno município brasileiro para matar o Aedes Aegypti, o temido mosquito transmissor dos vírus zica, da dengue e da febre chikungunya.
Riacho das Almas, cidade com 19 mil habitantes no agreste de Pernambuco,. está usando o peixe guará para fazer o trabalho.
Essa espécie vive em abundância em açudes da região e conseguiu reduzir os focos do mosquito em 75%.
Em 37 dias, o índice de infestação predial baixou de 7,9% para 1,9%, tirando o município da situação de risco do surto.
Segundo o Ministério da Saúde, quando o índice varia entre 1% e 3,9% é considerado “estado de alerta”. A partir de 4%, é classificado como “risco de surto”.
A ideia
A ideia de usar o peixe no combate aos focos do mosquito transmissor veio quando o Ministério da Saúde atrasou, a partir de agosto, a entrega do larvicida que deve ser colocado nos locais de proliferação do mosquito.
“Na época que faltou larvicida tive a ideia de usar os peixes e pedi autorização ao prefeito, que disse que qualquer iniciativa seria boa e deveria ser tentada. Como deu muito certo, se tornou política permanente”, explicou o diretor de Vigilância Epidemiológica do município, Dilson Pinangé.
Segundo o Ministério da Saúde, por conta da estiagem e dificuldade no abastecimento, 82% dos focos do mosquito em Pernambuco são encontrados em reservatórios para acúmulo de água nos domicílios.
Distribuição de peixes
No município existem dois tanques de mil litros, cada um com cerca de 5.000 peixes. “Para cada tanque com capacidade de 10.000 litros damos dois ao menos. E os peixes não precisam de comida, eles comem só as larvas”, garantiu, citando que os os peixes vêm de um açude localizado em uma propriedade privada no município, sem que a prefeitura tenha custos.
Segundo Pinangé, o investimento público foi de apenas R$ 270. “Só gastamos mesmo com a compra dos dois tanques. A gente vai no açude e pesca, é custo zero para o município. Outras prefeituras vizinhas já se interessando e estão começando a usar”, explicou.
Método de uso
O diretor explica que os peixes são colocados nos reservatórios das casas normalmente dois dias após receber água da rede de abastecimento.
Essa demora ocorre para que a proporção de cloro diminua.
“Aí, quando tem um novo abastecimento, e o cloro fica mais forte, muitas vezes os peixes morrem. Então, vamos lá e colocamos outros peixes. Nunca as casas ficam sem eles, temos em quantidade para todos”, explicou.
O agente de endemias Severino Joaquim da Silva conta que a aceitação da população é boa.
“No começo reclamavam, perguntavam se tava faltando o produto, mas depois que as pessoas viram o resultado passaram a pedir que levemos os peixes. Com informações do UOL
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