por Lígia Formenti | Estadão Conteúdo*Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas
A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu alerta mundial nesta terça-feira (1) para que seus mais de 140 países-membros reforcem a vigilância para o eventual crescimento de infecções provocadas pelo zika vírus. Também sugeriu o isolamento dos pacientes. O Brasil já planeja protocolo específico para gestantes. O comunicado da OMS cita diretamente o aumento de nascimentos de bebês com má-formação e de casos da síndrome Guillain-Barré identificados no Brasil. O documento pela primeira vez reconhece a ligação entre o vírus e o crescimento de casos dessas doenças. Ainda se sugere que países fiquem alertas para a necessidade de se ampliar o atendimento de serviços neurológicos e de cuidados específicos a recém-nascidos. Com 11 páginas, o documento da Organização Mundial da Saúde usa o avanço de casos de microcefalia no Brasil (já são 1.248) e o registro de três mortes por zika (duas de adultos e uma de recém-nascido) como um dos fatores que levaram o organismo a atualizar as recomendações de vigilância. O documento recomenda que aqueles países que não têm casos autóctones de zika reforcem os sistemas de vigilância para identificação rápida de eventuais infecções. "Baseado na experiência do Brasil e da Colômbia, autoridades sanitárias devem ficar alertas para casos de manchas vermelhas e febre de causa desconhecida", diz o texto. O comunicado faz ainda recomendações para países onde já há registros de casos autóctones (transmitidos na própria cidade ou país) de zika. Autoridades sanitárias devem acompanhar tendências de uma eventual dispersão do vírus para outras regiões, ficar atentas a complicações neurológicas e aumento de doenças autoimunes em pacientes de todas as idades. O documento também recomenda a vigilância reforçada no aparecimento de má-formação em bebês. No texto, a OMS sugere que pacientes infectados pelo vírus permaneçam em casa, sob proteção de telas com repelentes - uma estratégia para tentar combater a dispersão do vírus. Isso porque o Aedes aegypti pode também se contaminar pelo vírus se picar uma pessoa que já está com a doença. Especificamente o órgão mundial recomenda que gestantes procurem se proteger contra o vírus. A OMS também fez um apelo para que países com a presença do Aedes aegypti reduzam os criadouros. BN
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