A “janela para o impeachment” da presidente Dilma Rousseff irá provavelmente se fechar no fim do ano que vem, avalia a consultoria de risco político Eurasia em relatório enviado a clientes nesta segunda-feira (30). Na análise, o diretor para a América Latina, João Augusto de Castro Neves, observa que a zona de perigo para a presidente deve começar no segundo trimestre do próximo ano. Conforme indica o documento, será o momento em que o Congresso retorna as atividades após o recesso e o ciclo econômico atingirá o pior momento. Neves destaca que é neste período que “Dilma ficará mais vulnerável aos ataques contra ela”. Além dos pedidos em aberto de impeachment – que podem ganhar um novo ímpeto caso um presidente da Câmara mais independente substitua Eduardo Cunha –, também haverá a votação do Congresso sobre a violação da lei de responsabilidade fiscal, esperada para acontecer em março ou abril, ressalta a Eurasia. Além disso, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decide sobre a contabilidade da campanha presidencial do PT em 2014.
Até o fim do mandato: “Apesar da piora da crise em 2016, acreditamos que a presidente Dilma irá sobreviver e terminar o mandato em 2018. Além disso, a contínua deterioração irá levar a presidente a continuar com a reforma fiscal – como as mudanças na previdência social e a idade mínima para a aposentadoria”, estima Neves, que vê a probabilidade de ela não terminar o mandato em 40%. Ele ressalta que a operação Lava Jato – que investiga casos de corrupção na Petrobras e as suas ramificações na política e em outras empresas – deve começar a perder fôlego no fim do ano que vem, reduzindo o risco de que novas revelações prejudiquem ainda mais o governo. “Em outras palavras, a janela para o impeachment irá fechar no fim de 2016”, conclui a Eurasia.
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