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sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Betina, doente, hoje precisa dos remédios que negava a pacientes com câncer

Por Pragmatismo Politico 
Entre os inúmeros escândalos – e não foram poucos – protagonizados nos períodos em que André Puccinelli esteve a frente da prefeitura e do governo do estado de Mato Grosso do Sul, talvez o mais relevante e traumático, tenha sido o que envolveu o Hospital do Câncer de Campo Grande, comandado pelo médico Adalberto Siufi e sua filha Betina.
Um crime que contou com a conivência e parceria do próprio governador, da secretária de saúde, médicos e empresários. Uma verdadeira ‘máfia’, que transformou o câncer, esta terrível doença, numa verdadeira fonte de enriquecimento ilícito.
Na época em que o caso veio a publico, trazido pelo programa Fantástico da Rede Globo (relembre abaixo), no emaranhado de denúncias, averiguações, auditorias e processos, referentes às falcatruas no hospital, um flagrante telefônico entre duas mulheres foi estarrecedor: Betina Siufi, diretora financeira e Renata Burale, bioquímica, chefe geral da farmácia.
Transcrição telefônica:
Renata Burale – “Estou com uma prescrição aqui de um paciente do CTI, que a médica passou um antifúngico pra ele”.
Betina Siufi – “É caro pra cacete esse negócio. Nem f…, desculpa o termo tá?”
Renata Burale – “Essa doutora Camila que passa essas coisas cabulosas. Na hora que vi o preço, eu falei não”.
Uma completa inversão de valores, desrespeito com a médica e crime contra a vida do paciente. Uma coisa macabra. As duas detentoras da vida ou morte de pacientes acamados, chorosos, dependentes de medicação adequada, visualizaram apenas a questão do valor do medicamento e decidiram pela sua não aplicação. Homicídio doloso.
Presentemente, naquela coisa de “às voltas que o mundo dá”, Betina contraiu a doença.
Não acredito em castigo. Deus não castiga ninguém.
Uma fatalidade, mas hoje é ela, a Betina, quem precisa dos medicamentos ‘cabulosos’.
Betina trava batalha na Justiça Estadual de Mato Grosso do Sul para conseguir que o governo do Estado forneça a ela o medicamento importado Afatinib, cujo custo mensal é de R$ 30 mil.

Betina é ré em várias ações. Uma delas pede a devolução de R$ 27 milhões em prejuízos sofridos pelo hospital. Uma outra por improbidade administrativa, na qual seus bens e do pai, e de outros dois ex-diretores do Hospital do Câncer foram bloqueados. O valor chega a R$ 51 milhões. E uma ação criminal, com mais cinco réus. Talvez, se a atuação da ‘máfia’ não tivesse sido tão danosa, o dinheiro necessário para o tratamento de Betina fosse mais fácil de ser conseguido. De qualquer forma, ela tem o direito a vida. O direito que ela negou a inúmeros pacientes. Que Deus tenha piedade dessa moça.

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