Nada vai pagar a humilhação que sofreu o refugiado sírio que levou uma rasteira de uma cinegrafista, no último dia 9.
Mas a situação constrangedora rendeu a ele trabalho, um pais para morar e a promessa de resgatar o resto da família, que continuam na Síria.
No começo do mês que vem o migrante Osama Abdul Mohsen vai morar na Espanha e trabalhar como treinador de futebol.
O anuncio foi feito nesta quarta-feira, 16, pelo diretor do curso de técnicos que fez a oferta.
O vídeo em que Osama aparece fugindo da polícia com seu filho Zaid nos braços e caindo no chão depois que uma repórter lhe deu uma rasteira, rodou o mundo em 9 de setembro. (foto abaixo)
"Os quero muito bem. Amo a Espanha. Obrigada, Espanha", disse em inglês Osama Abdul Mohsen, aos inúmeros veículos de comunicação que o esperavam em Barcelona (nordeste da Espanha), onde chegou de trem de Paris e pegou outra condução com destino a Madri.
Com aspecto cansado e acompanhado de dois de seus filhos, um deles o pequeno Zaid, que não parava de sorrir para as câmeras, Mohsen disse em árabe: "Só quero treinar. Quero ser treinador".
Mohamed Labrouzi, um aluno da escola de treinadores que contratou Mohsen, se encarregou de traduzir suas palavras depois de ter viajado com os três refugiados desde a Alemanha.
Em barcelona, foram recebidos por Alex Martín e Quico Martín, diretores na Catalunha da escola de treinadores para a qual Mohsen trabalhará, que lhe presentearam com uma camiseta e uma faixa do Llagostera, uma equipe da Segunda Divisão.
Osama Abdul Mohsen trabalhará para o Centro Nacional de Formação de Treinadores (Cenafe) de Getafe, nos arredores de Madrid, cujo diretor, Miguel Ángel Galán, soube pela imprensa que Mohsen era treinador de futebol.
"Nós somos um centro nacional de formação de treinadores de futebol, daí surgiu a ideia de ajudar um colega treinador", explicou, em entrevista à rádio Cadena Ser.
"Como havia o obstáculo do idioma, já que ele falava árabe, nosso aluno, Mohamed Labrouzi, se ofereceu para colaborar na tradução e depois ir à Alemanha" para buscá-lo, completou o diretor.
Osama Abdul Mohsen havia treinado o clube Al-Fotuwa de Deir-ez-Zor, da primeira divisão síria.
"O mais importante é que terão uma casa, comida, roupas e um trabalho que vamos dar a Osama de treinador de futebol", afirmou Galán.
A família
O diretor do centro afirmou que também quer ajudar a "trazer sua esposa, sua filha e seu outro filho" e conseguir asilo político para a família.
A Espanha se comprometeu a aceitar mais de 17 mil refugiados das centenas de milhares que chegaram à Europa vindos da Síria e de outros países em guerra.
Frente ao escândalo que sua atitude provocou, a jornalista húngara, Petra Laszlo, foi despedida pelo canal para o qual trabalhava. Depois ela se desculpou pelo que fez. Com informações do G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário