BBC /Marcia Bizzoto
"Que diferença faz morrer lá (na Síria ou no Egito) e morrer no mar?", disse Nabir, que nadou da Turquia até a Grécia
Sinan Nabir foi resgatado por guarda costeira grega no meio do caminho entre Bodrum, na Turquia, e ilha grega de Kos; caso ilustra desespero de milhares de sírios, iraquianos e afegãos que buscam recomeçar suas vidas na Europa.
Fazia quase sete horas que Sinan Nabir nadava no mar Egeu, da Turquia à Grécia, debaixo de um céu sem nuvens e um calor de 33 graus, quando dois barcos da guarda costeira – um turco, outro grego – se aproximaram para detê-lo.
"Os turcos me seguiram por uns trezentos metros. Queriam me levar de volta a Bodrum. Eu disse: 'eu me afogo, mas não volto'. Preferia morrer ali mesmo", lembra o franzino refugiado sírio de 51 anos, um dia depois de chegar à ilha grega de Kos, porta de entrada para as milhares de pessoas que, como ele, estão buscando uma vida segura na União Europeia.
Originário de Damasco, Nabir abandonou a Síria há dois anos, depois de que uma bomba lançada pelo Exército do presidente Bashar Al-Assad destruiu parte do bairro onde vivia, na periferia.
Instalou-se em Sharm el-Sheikh, um dos principais destinos turísticos do Egito, no Mar Vermelho, mas ações extremistas creditados ao grupo autodenominado "Estado Islâmico" (EI) na região o convenceram a emigrar outra vez. Leia mais em http://ultimosegundo.ig.com.br
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