Júlio César Cardoso - Bacharel em Direito e servidor federal aposentado - Balneário Camboriú-SC
Causa perplexidade governadores servirem de escudo à presidente Dilma Rousseff, pois a mandatária jamais quis dialogar com a classe política, afundou o país e fez ressurgir a inflação, o desemprego e o fechamento de empresas. E para completar, o Brasil teve a sua nota de crédito rebaixada pela agência de classificação de risco Standard& Poor's.
Depois das lambanças da presidente, que só se preocupou com a sua reeleição, distribuindo bondades sociais com dinheiro do contribuinte e se esquecendo de investir na produção de riquezas para garantir o desenvolvimento e o pleno emprego, agora ela vem acenar ao povo para pagar o prejuízo produzido por sua má administração, mediante aumento da carga tributária.
Completamente atônita, Dilma Rousseff dá sinal de que perdeu o senso ao dizer que “O governo não aprova a CPMF, quem aprova é o Congresso”. Mas quem está propondo a volta não é a sociedade, mas sim o governo, que tem o poder de sancionar caso a matéria seja referendada no Congresso.
Quem não se lembra da referência desairosa do PT aos EUA de que a crise de 2008 representava apenas uma marolinha ao Brasil? De lá para cá, os EUA deram a volta por cima, enquanto o Brasil está mergulhado em recessão econômica, com a inflação corroendo o salário dos trabalhares, bem como o governo e o partido envolvidos na Operação Lava-Jato.
A presidente, num esforço pretensioso de duvidar de nossa inteligência para perceber a sua incompetência, quis transferir o insucesso de seu governo a fatores climáticos, bem como à turbulência da economia mundial de 2008. Só que nesse período o Brasil investiu 2,5% do PIB, enquanto Peru (4%), Chile (5%), Índia (6%) e China (13%).
Agora o governo apela para o retorno da CPMF, sem dar sinal de enxugamento da quantidade de ministérios. Por que o governo não fez uma revisão em todos os seus programas, visando à redução de gastos, antes de propor aumento da carga tributária? O governo deveria agir como uma família que manda o filho fazer um curso de línguas no exterior e depois, por motivos financeiros, determina o seu retorno com a interrupção do curso.
Chega de tributo. Já temos carga tributária demais (36% do PIB), sem retorno em serviços públicos de qualidade, como educação, saúde e segurança.
Assim, soa desarrazoada e injusta a tentativa da volta da CPMF para pagar o rombo do governo, ressuscitando um imposto que atinge a todos em cascata, mesmo aqueles que não têm conta bancária. E o Congresso Nacional, como representante do povo, tem o dever de defender a sociedade.
Se o governo deu prejuízo à nação, é ele que deve ser responsabilizado, e não o povo. Aliás, não obstante a presidente reclame de tentativa de golpe, a sua situação é periclitante: (1) perda da capacidade administrativa; (2) maior índice de rejeição de um governo (71%); (3) rejeição das contas do governo, de 2014, no TCU; (4) investigação, no TSE, das contas de campanha à reeleição de Dilma e PT, com suspeita de financiamento derivado de propina da Petrobras; e (5) responsabilidade solidária com a corrupção na Petrobras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário