A pequena aldeia de Salinas, localizada na província de Barahona, parte sudoeste da República Dominicana, é como muitos outros locais do Caribe.
Os nativos são simpáticos, há praias incríveis e o sol é constante. Mas há uma peculiaridade que o diferencia do resto do mundo. Em Salinas, ser um pseudo-hermafrodita é tão comum que é aceito legalmente como algo entre o sexo masculino e feminino.
Na puberdade, uma em cada 90 crianças nascidas lá, passam por uma transformação, de menina para menino. Conhecidos como “Guevedoces” (na tradução, algo como “pênis aos 12”), estas crianças são conhecidas em termos médicos como “pseudo-hermafroditas”.
“Eu lembro que eu costumava usar um vestidinho vermelho”, disse Johnny, que aos 24 anos mudou seu nome para Felecitia, após resolver remover seu pênis. “Eu nasci em casa em vez de em um hospital. Eles não sabiam o sexo que eu era. Eu ia para a escola e eu costumava usar minha saia. Eu nunca gostei de me vestir como uma menina. Quando eles me compraram brinquedos eu nunca quis brincar com eles. Tudo o que eu queria fazer era brincar com os meninos”, relatou.
Os Guevedoces foram descobertos por uma endocrinologista da Universidade de Cornell, nos EUA, chamada Julianne Imperato, na década de 1970, que viajou à região para saber mais sobre os boatos de que as meninas estavam se transformando em meninos. Nas quatro décadas seguintes, diversos estudos foram feitos para descobrir mais sobre a condição perfeitamente natural de Salinas.
Acredita-se que a condição tenha origem de uma desordem genética rara, causada pela falta de uma enzima que impede a produção do hormônio sexual masculino, chamada hidrotestosterona, que se desenvolve no útero, determinando seu efeito sobre o bebê durante o nascimento. Não se tem conhecimento disso até a puberdade, quando a testosterona flui, as vozes mudam e um órgão reprodutivo sexual masculino passa a crescer, fazendo com que se tornem reconhecidos como homens. Fonte: Mirror Foto: Reprodução / Mirror
Segundo o apresentador do canal britânico BBC, Michael Mosley que gravou um documentário sobre este fato inusitado, os Guevedoces também são chamados de “machihembras”, que quer dizer “primeiro mulher, depois homem”.
“Quando eles nascem, se parecem com meninas, sem testículos e uma suposta vagina. Somente quando eles se aproximam da puberdade que o pênis cresce e os testículos descem. Quando a Dra. Imperato investigou os Guevedoces, ela descobriu a razão, a deficiência da enzima chamada 5-α-redutase, que normalmente converte a testosterona em di-hidro-testosterona. Sua descoberta foi usada para criar uma droga chamada finasterida, que bloqueia a ação da 5-α-redutase, agora amplamente utilizada para tratar a hipertrofia benigna da próstata e calvície masculina”, disse Mosley. Fonte: Mirror Foto: Reprodução / Mirror
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