por Antonio Pita | Estadão Conteúdo*Foto: Divulgação
Além de reduzir a autonomia da diretoria executiva, a Petrobras também deverá extinguir gerências e áreas de negócios na ampla reestruturação que está em discussão na companhia. A previsão é que uma estrutura organizacional seja apresentada aos conselheiros na próxima reunião de colegiado, prevista para o dia 23 de junho. Na ocasião, também serão discutidas as premissas do novo plano de negócios da estatal - passo mais aguardado para a definição das estratégias e prioridades da companhia em tempos de restrição financeira. Os investimentos previstos no plano devem ficar em torno de US$ 140 bilhões entre 2015 e 2019, um volume 33% menor que o previsto no plano anterior, de US$ 206 bilhões. Além dos cortes, a companhia poderá dar mais sinais ao mercado sobre a dimensão da empresa no futuro, com informações sobre a estrutura de gestão, venda de ativos, as metas de produção e de redução da alavancagem para o período - dita prioridade da atual gestão. O plano deverá apontar as áreas de negócio prioritárias para uma companhia com menor condição financeira. Consequentemente, indicará quais áreas serão preteridas na estratégia - pelas sinalizações já feitas pela diretoria, Exploração e Produção (E&P) deve se sobrepor às demais áreas, como a de Gás. Depois da definição de orçamento e estratégias, a estatal passará para a reorganização das estruturas administrativas, de cargos e gerências. No mercado, especula-se que os modelos em estudos vão desde a redução do número de diretorias, a partir da recomposição das áreas de negócio, até à criação de uma estrutura de vice-presidência, em formato semelhante ao Banco do Brasil. Um exemplo da reestruturação já em curso é a Área Internacional. Umas das diretorias com contratos investigados pela Operação Lava Jato, a área foi extinta em janeiro, para criação da diretoria de governança. Agora, com a companhia se desfazendo de ativos no exterior e focada no pré-sal brasileiro, as três gerências executivas do setor também estão na mira de cortes, e devem ser reunidas em uma única estrutura, respondendo à diretoria de E&P. A Petrobras deu início às mudanças, na última terça-feira (2), ao propor a redução das atribuições da diretoria. Agora, os executivos não poderão mais aprovar a formação de sociedades e joint-ventures no País ou no exterior. Também não poderão autorizar a compra de navios, sondas e plataformas, firmar convênios com diferentes esferas do governo e alienar ativos. BN
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